quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
drops.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Eu não queria mais nada a não ser ficar ali com meus tragos e seus pingos. Pingos constantes, como se fosse durar até o fim dos dias. E eu mergulhei neles para que cada pingo fizesse parte de mim e fossemos um só. Meus tragos e seus pingos fundiam-se numa fumaça aquosa que eu jamais havia visto. Eles, então, caíam no asfalto e desmanchavam-se feito chocolate na boca. Ainda dava para sentir o gosto amargo que ficara. Olhava para os lados, para as flores, para as pessoas, para o nada. Até enxergava, mas o que havia dentro era mais nítido, era mais claro. Meus pensamentos reluziam. E eram tudo o que importava, eram tudo que não se esvaeceria sem mais nem menos. Meus pensamentos eram tudo o que eu tinha, tirando aquele guarda-chuva preto e torto que não era capaz de evitar que os pingos caíssem em mim. A minha mente... A minha mente não! Ela era capaz de impermeabilizar todos as gotas, uma por uma. Elas me atravessavam e me molhavam, mas era com se eu não percebesse - eu não queria perceber. Deixe que elas me molhem, porque o molhado seca. Gotas já não me afogam mais.
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