Com uma perna no ladrilho e outra
no asfalto, eu te esperava com um sorriso tímido que ia de orelha a orelha.
Será que meu cabelo estava arrepiado demais? Será que minha camisa estava fechada
até o botão certo?
O coração dispara, tropeça, quase para
Quando te vi descendo as escadas,
fiquei em dúvida entre fugir correndo, cavar um buraco para me enterrar ou
pular em cima de você. No fim das contas, te dei um aperto de mão e um abraço.
Me desmancho quando encosto em você
Entramos naquele restaurante esquisito
e foi ali o nosso primeiro encontro. Eram seis da tarde e você me disse que
preferia comer do lado de fora porque tinha menos gente e poderíamos ficar mais
à vontade (na verdade você não falou nada, eu que deduzi tudo na minha cabeça
inquieta). Me sentei e comi com o sol queimando minhas costas, mas aquela
ardência nem se comparava com a alegria de te ver mastigar aquele agrião com
pepino – ou era acelga? Não consegui enxergar mais nada além do seu rosto e seu
livro do Harry Potter.
Ali me deixo inteiro
O seu ônibus ia passar em dois
minutos e nós ainda estávamos gargalhando um para o outro feito dois imbecis. Caminhamos
correndo até a praça e, por sorte, o ônibus ainda não tinha passado – não que
eu não fosse gostar de te ter por mais uns quatro anos do meu lado. Sentados
naquela grama, eu percebi que meia hora não tinha sido o suficiente e o ônibus
passou.
Eu amei te ver
Fui embora sem certeza alguma,
mas com um bocado de borboletas no estômago e esperando que você tenha gostado
de me ver o tanto que eu gostei de você.