quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

eu amei te ver.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015 0
Com uma perna no ladrilho e outra no asfalto, eu te esperava com um sorriso tímido que ia de orelha a orelha. Será que meu cabelo estava arrepiado demais? Será que minha camisa estava fechada até o botão certo?
O coração dispara, tropeça, quase para

Quando te vi descendo as escadas, fiquei em dúvida entre fugir correndo, cavar um buraco para me enterrar ou pular em cima de você. No fim das contas, te dei um aperto de mão e um abraço.
Me desmancho quando encosto em você

Entramos naquele restaurante esquisito e foi ali o nosso primeiro encontro. Eram seis da tarde e você me disse que preferia comer do lado de fora porque tinha menos gente e poderíamos ficar mais à vontade (na verdade você não falou nada, eu que deduzi tudo na minha cabeça inquieta). Me sentei e comi com o sol queimando minhas costas, mas aquela ardência nem se comparava com a alegria de te ver mastigar aquele agrião com pepino – ou era acelga? Não consegui enxergar mais nada além do seu rosto e seu livro do Harry Potter.
Ali me deixo inteiro

O seu ônibus ia passar em dois minutos e nós ainda estávamos gargalhando um para o outro feito dois imbecis. Caminhamos correndo até a praça e, por sorte, o ônibus ainda não tinha passado – não que eu não fosse gostar de te ter por mais uns quatro anos do meu lado. Sentados naquela grama, eu percebi que meia hora não tinha sido o suficiente e o ônibus passou.
Eu amei te ver

Fui embora sem certeza alguma, mas com um bocado de borboletas no estômago e esperando que você tenha gostado de me ver o tanto que eu gostei de você.


Quase ninguém vê: quanto mais o tempo passa, mais aumenta a graça em te viver
 
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