sexta-feira, 22 de novembro de 2013

a life called night.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013 0
Esse vai para 'a noite' – duradoura e com mais páginas. E eu vou para a noite, porque sempre fui dela. Sinto muito em me despedir, você não sabe o nó que está atado aqui dentro do peito. Mas meu coração é dela, é da noite. Noite com lua minguante, lua iluminada, lua cheia ou noite desluada. Desculpe-me, meu amor, mas essas coisas a gente não escolhe. Eu nasci nela e é nela que vou morrer, tenha nuvens, estrelas ou cometas; estejam os postes acesos, apagados ou quebrados – isso não interfere na escuridão. Por mais infeliz que eu esteja, por menos coisas que eu veja, eu não terei dúvidas em falar que é nela que eu devo estar e é só nela que eu posso ser.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

i ask myself.

terça-feira, 19 de novembro de 2013 0
Quando dizem que o cigarro ainda vai me matar, eu me pergunto: mas quem é que não vai morrer? Quando dizem que a bebida vai destruir meu corpo, eu me pergunto: mas o que é do corpo sem a alma? E quando dizem que toda essa poesia não serve para nada, que toda essa arte é o que atrasa o mundo, eu me pergunto: o que é do real sem o imaginário? Esqueça todas essas melodias, esses ritmos e abstratismos. Arrume um emprego que dê para sustentar sua família e ainda sobre. Sobrar pra quê? Para gastar em cigarros, bebidas, poesia, arte e música – e em tudo aquilo que realmente significa mesmo não tendo significado.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

a poem.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013 0
Todo mundo merece um poema: por menos musicado que possa ser; por menos poesia que possa ter. Todo mundo merece uma estrofe: por mais irregular que ela seja; mesmo que não componha um soneto. Todo mundo merece um verso: mesmo que ele não rime com outro; mesmo que acabe em reticências. Todo mundo merece uma palavra: mesmo que ela simbolize um ponto; mesmo que ela não signifique nada. Todo mundo merece um pouco de amor e um pouco de afeto: mesmo que esse pouco seja só um pouquinho.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

on the phone.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013 0
Como é bom te ouvir sorrindo do outro lado da linha! Contando sobre seu dia e gritando o quanto é bom viver. Dizendo que você foi ao mercado saltitando e conseguiu comprar tudo o que queria. Que andou de ônibus, de táxi e de metrô – tudo no mesmo dia – sem sentir dor alguma. Caminhando com aquele olhar pensativo, encarando todas as pessoas como se você fosse invisível. Cantando Roberto Carlos antes de entrar para assistir à missa do meio-dia. Tricotando suéteres e toalhas de mesa, sentadinha no sofá da sua sala com a televisão ligada. Narrando a felicidade de se fazer algum tipo de ginástica que eu nunca vou entender direito como funciona. Pedindo para eu procurar pelo resultado de uma loteria com a certeza de que essa vez será a sua vez e você, finalmente, conseguirá comprar seu aconchegante apartamento no centro da cidade. Alegrando meus dias apenas com palavras e gargalhadas que me fazem imaginar sua expressão nesse exato momento. Ah, como é bom te ver sorrindo do outro lado da linha!
 
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