segunda-feira, 20 de março de 2017

autumn.

segunda-feira, 20 de março de 2017 0
Debaixo dessa grande árvore que costumava esbanjar flores coloridas e folhas verdes, hoje me deparo com o sol, as nuvens e os demais astros que posso ver e imaginar no céu. Seus galhos tortuosos já não me protegem mais da chuva e também não deixam os pássaros construírem suas moradas. Foi preciso a morte da árvore para eu perceber quem é que estava vivo.
Quando a grama está coberta de folhas e o vento se move mais rápido que o convencional, as pessoas aqui costumam dizer que chegou o outono. Eu não sei bem o que querem dizer, mas sei que esse tal de outono desnuda as árvores ao mesmo tempo que me deixa despido e vulnerável. E, assim, eu começo a conhecer o que há em torno e o que há dentro. Sem as folhas, sem as flores, sem a vida verde que tapava meus olhos, eu enxergo um mundo que eu não conhecia. A capacidade de imaginar as coisas também aumenta com essa falta de fotossíntese. É aí que me perco admirando a imensidão desse campo, desse universo e desse corpo. É nesse tal de outono que a gente se sente uma formiga gigante. É no outono que a gente se vê sem as sombras e sem as frestas; é no fundo dos galhos secos que a gente consegue se redescobrir (finalmente e um pouco mais). 
 
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