Nós estávamos ali sentados na mesma grama de 9 meses atrás. Só que para
mim ela parecia menos verde. Os mosquitos do calor que o inverno daqui fazia
não nos deixavam em paz, mas pelo menos desviavam a atenção do que a gente
deveria estar falando ali. Se bem que nunca precisei de muita coisa para
desviar meu foco dos meus objetivos mais racionais; com você não era tão diferente
assim. Falávamos, nos olhávamos, abaixávamos as nossas cabeças, nos relávamos
com um toque já desgastado e um tanto mais insensível do que o toque do nosso
primeiro toque. Minha cabeça rodava, eu observava as pessoas correndo, o casal
fumando um e fazendo piquenique, o sol se pondo, as formigas picando meus pés e
seu olho direito mais baixo que o outro. Você acabara de cortar o cabelo e continuava
lindo aos meus olhos – claro que não tanto quanto no nosso primeiro mês juntos,
mas continuava, eu admito. Era um misto de sensações e desejos e sentimentos e
raivas e amores e medos e vontades e receios e coisas bizarras que talvez eu
nunca saiba descrever ao certo. Era um problema tão simples de ser resolvido se
visto de longe: é o fim e acabou, tchau, não nos vemos mais! Afinal, todo relacionamento termina assim, não é? Porém, com nossos braços entrelaçados e
nossos olhares cruzados, o fim não parecia ser tão simples e certo assim. O
sino de uma igreja bem longe deve ter batido seis e meia da noite, mas nenhum
de nós dois ouviu e, foi somente às seis e quarenta, que nosso beijou resolveu
e concretizou o que já havia sido minunciosamente pensado por nós dois: nada.
terça-feira, 13 de setembro de 2016
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