terça-feira, 13 de setembro de 2016

decididamente confuso.

terça-feira, 13 de setembro de 2016 0
Nós estávamos ali sentados na mesma grama de 9 meses atrás. Só que para mim ela parecia menos verde. Os mosquitos do calor que o inverno daqui fazia não nos deixavam em paz, mas pelo menos desviavam a atenção do que a gente deveria estar falando ali. Se bem que nunca precisei de muita coisa para desviar meu foco dos meus objetivos mais racionais; com você não era tão diferente assim. Falávamos, nos olhávamos, abaixávamos as nossas cabeças, nos relávamos com um toque já desgastado e um tanto mais insensível do que o toque do nosso primeiro toque. Minha cabeça rodava, eu observava as pessoas correndo, o casal fumando um e fazendo piquenique, o sol se pondo, as formigas picando meus pés e seu olho direito mais baixo que o outro. Você acabara de cortar o cabelo e continuava lindo aos meus olhos – claro que não tanto quanto no nosso primeiro mês juntos, mas continuava, eu admito. Era um misto de sensações e desejos e sentimentos e raivas e amores e medos e vontades e receios e coisas bizarras que talvez eu nunca saiba descrever ao certo. Era um problema tão simples de ser resolvido se visto de longe: é o fim e acabou, tchau, não nos vemos mais! Afinal, todo relacionamento termina assim, não é? Porém, com nossos braços entrelaçados e nossos olhares cruzados, o fim não parecia ser tão simples e certo assim. O sino de uma igreja bem longe deve ter batido seis e meia da noite, mas nenhum de nós dois ouviu e, foi somente às seis e quarenta, que nosso beijou resolveu e concretizou o que já havia sido minunciosamente pensado por nós dois: nada.   
 
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