quarta-feira, 21 de março de 2012

monkey.

quarta-feira, 21 de março de 2012 0
Tire esses sapatos molhados e venha se deitar comigo. Eu já te disse que você tem trabalhado demais, não disse? Há anos que ninguém senta no sofá da sala - a não ser este gato folgado que você intitulou Valentim. Calce as meias de veludo que te dei no último natal e venha para a cama. Não se esqueça do cobertor, tá? Alergia? Tudo bem, pegue o edredom. Mas já aviso que o gato dormirá na varanda e não reclame! Aliás, traga um copo d'água antes de vir? Por favor. Faço aquele cafuné até você dormir, prometo. Mas logo você terá que acordar e voltar para o trabalho. Largue isso, largue tudo! Vamos nos mudar para o campo como você me pediu há três anos? Deixemos esse apartamento e mudemo-nos para uma casa na árvore, que importa? Seremos eu e você - o gato fica. Comeremos maçãs e bananas todos os dias, nos tornaremos macacos legítimos. Você sabe, né? Então vamos, saia dessa urbanização, só traga aquela sua camisa bege e o seu chapéu de palha. Vamos ser macacos!

terça-feira, 20 de março de 2012

Mar é.

terça-feira, 20 de março de 2012 1
A maré foi baixando aos poucos, lentamente
E seus olhos - da cor do mar - foram junto com ela
Olhos baixos, apagados, de quem já não tem o que perder
Sua voz já se tornara imperceptível, inaudível

Fale! Fale baixo, mas fale qualquer coisa
Preciso ouvir e sentir você respirando
Grite! Urre! Berre! Ou apenas mexa-se
Para eu saber que as coisas ainda não terminaram

Vamos contar carneiros até pegarmos no sono?
Ou você prefere um conto de fadas contado por mim?
Sabe, faz tempo que queria te admirar a dormir
Prepare-se para ouvir uma história sem fim

A primavera floresce quando há amor no sol
E o grande astro ilumina somente se houver o que iluminar
Agora, eu te digo, tem eu e você
Estamos aqui, nesse barco, na baixa maré, a remar
 
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