quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

drops.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011 0
Eu não queria mais nada a não ser ficar ali com meus tragos e seus pingos. Pingos constantes, como se fosse durar até o fim dos dias. E eu mergulhei neles para que cada pingo fizesse parte de mim e fossemos um só. Meus tragos e seus pingos fundiam-se numa fumaça aquosa que eu jamais havia visto. Eles, então, caíam no asfalto e desmanchavam-se feito chocolate na boca. Ainda dava para sentir o gosto amargo que ficara. Olhava para os lados, para as flores, para as pessoas, para o nada. Até enxergava, mas o que havia dentro era mais nítido, era mais claro. Meus pensamentos reluziam. E eram tudo o que importava, eram tudo que não se esvaeceria sem mais nem menos. Meus pensamentos eram tudo o que eu tinha, tirando aquele guarda-chuva preto e torto que não era capaz de evitar que os pingos caíssem em mim. A minha mente... A minha mente não! Ela era capaz de impermeabilizar todos as gotas, uma por uma. Elas me atravessavam e me molhavam, mas era com se eu não percebesse - eu não queria perceber. Deixe que elas me molhem, porque o molhado seca. Gotas já não me afogam mais.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

walk.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011 1
Queria voltar a ter aquela inocência da criança que sorri ao ver um passarinho voando. Apontar as estrelas com medo de nascer alguma verruga no dedo indicador. Por que as cores não estão mais nítidas e o céu nem parece tão azul assim? A vida está passando e está levando tudo, enquanto eu não levo nada. E não levo porque não tenho vontade. Não levo porque tenho medo de ter que deixar. Ter que deixar é pior do que não ter. Então eu continuo andando ao invés de caminhar. Você entende essa diferença? Ando sem rumo – mais sem rumo do que já andei das outras vezes. E prefiro andar sem rumo a caminhar e ter que cair. Prefiro só andar a ter que caminhar e voltar. Mas, às vezes, é bom ficar um pouco parado, esperando... Não quero esperar, não há pelo que esperar! “Que o amor me encontre” – o amor que encontra não é o amor que eu procurava. Cansei de falar que queria aquele amor para sempre, mas já cansei mais ainda de saber que o sempre está ausente. Continuo a andar, porque não sei mais escrever...

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

d.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011 0
Eu sempre falo por outros serem fortes enquanto quebro em partes congruentes. Mas ouça com atenção: você tem que ser forte, tem que abrir os olhos, abrir a boca e se abrir pra vida. Quero ver seus sorrisos serem maiores que as suas lágrimas e quero sentir a sua força mesmo que eu esteja do outro lado da linha, do outro lado da tela, do outro lado do mundo. E quando esse mesmo mundo cair... quando seu mundo cair, você conseguirá o reerguer ou o reconstruir - com essas mesmas mãos que já seguraram as minhas. E mesmo que não tenha ninguém ao seu lado, mesmo que as pessoas te dêem as costas ou simplesmente partam sem razões, você terá que ficar intacto, firme. Como se fosse fácil, como se fosse totalmente possível... E para que tantos circunlóquios? Eu só quero pedir pra que você fique bem. Ela está bem, você fica bem também, entende? A saudade vai bater, junto com a vontade de morrer, mas já pedi pra você ser forte? E eu quero estar aqui pra quando você precisar chorar, pra quando precisar reclamar ou pra quando não quiser nada. E mesmo se eu não estiver, você irá ficar bem, bem, bem. Não vai? Fica bem, meu bem.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

nothing left.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011 0
Se eu nao tivesse gostado, teria continuado ali em cima - intocável. Por que os sentimentos nos trazem aqui pra baixo? Não seria tão melhor ter continuado em cima daquele pedestal dourado? Sendo admirado, venerado... Parado, estático, como um boneco, um objeto. Sem vida, com a cabeça rodando e as pessoas me olhando. "No, it's too much for me" - e o que é muito para você? Muita areia, muita tempestade, muito calor, muito suor. Cheiro de alcool, gosto de whiskey e uma cena totalmente escura. Aquela fumaça que cega, que venda, que arrasta as suas pálpebras. Podia chover, podia cair o mundo e eu continuaria ali sem me mover, sem um passo sequer. A natureza chama, os sentimentos vibram e a emoção controla, então. Já não havia mais pedestal, não havia mais diferença e não havia mais encantamento. Eu me igualava a você - e as pessoas não gostam do que está no mesmo nível. Percebi isso, mas não existiria escada que me fizesse subir de novo. Com os pés no chão e a cabeça na lama, eu me tornei algo que sempre temi: comum. Igual a ele, igual a ela, igual a você. Escute: Eu nunca quis ser igual a você - mas agora sou e não há guindaste que consiga me reerguer. E o que me resta, se é que algo ainda me resta em particular, é andar até achar um degrau, uma mureta, um mísero apoio. Isso todo mundo faz. Resta-me ser vulgar, é, resta-me ser clichê. (Ainda acho que nada me resta)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

bird.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011 0
E agora? Como o sol vai continuar brilhando, como os pássaros irão cantar? Assumi todos os riscos, peguei todas as chances... Tudo o que eu fiz foi tentar te fazer sorrir, tentar sorrir junto com você. Pisando ovos para não deixá-lo triste, fazendo o possível e o impossível para não ter que o ver partir. Mas agora você se foi... E levou metade de mim com você. Mas, um dia, essa metade volta e eu me sentirei completo de novo - espero. E eu não vou, não consigo fazer isso sozinho. Se isso não é amor, então, o que é? Passará, tem que passar. Passarinho, volte a cantar.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

say you will.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011 0
As coisas estão todas claras na minha mente. Consigo, finalmente, enxergar tudo o que eu quero e o que eu não quero. Estou embrulhando todo meu passado naquele saco preto que embala cachorros quando morrem. Deixá-lo-ei em um ponte prestes a ser queimada - e ninguém poderá ultrapassá-la, nem mesmo eu. Eu não quero voltar, eu não quero ficar. A vida está [nos] esperando para que possamos vivê-la e conhecê-la em seu melhor ponto de vista. Você quer? Você vem ou você vai? Nunca pensei que fosse exalar segurança, sempre fui alienado e errado. {O ser humano e suas diversas identidades.} E como todas elas podem o amar de um jeito insano? Perco-me na minha própria claridade de pensamentos, nas minhas certezas... Perco-me para não o perder, mas eu nunca quis me sentir perdido. Então, abra seu coração e comece a contar. Sim ou não - diga a verdade. Agora ou nunca. Você é forte o suficiente para me deixar entrar? É mais forte ainda para deixar eu cravar raízes na sua alma? Não me importo de perder o que eu tenho, mas não quero me sacrificar em vão. Não quero ser aquele que chorará pelo tempo perdido.

Say you will or say you won't.
Open your heart to me.
Now or never, tell the truth.
Is this real? Is this real?

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

highway to nowhere.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011 0
A grama macia jamais tocada, o céu negro jamais olhado. Tudo o que eu queria era deitar e admirar toda essa natureza, toda essa sinceridade. Continuar a viver como vivi até hoje: nem bem, nem mal, só viver. Olhar para o caminho onde perdi meus sapatos, enxergar o tubo no qual quero mergulhar. Toda essa trajetória, todos os passos dados, tudo que já foi tocado... Não quero regredir, quero transgredir. Transgredir até ir da grama aos céus. Quem foi que disse que não é possível chegar às estrelas? Aliviar toda essa angústia, sacrificar o meu medo de me desgarrar dos objetos, das coisas, das silhuetas, das sombras... Andar por onde eu não conheço com os olhos bem abertos, sem temer a visão que poderá ocorrer, sem temer as lembranças que virão à tona. São lembranças não-reais. Memória que ficou armazenada aqui e pode emergir a qualquer momento. Estou sendo coerente? Estava falando da grama macia, não estava? Quero deitar em espinhos para sentir meu corpo arder como fogo. Enxergar o sol queimando e explodindo as estrelas - uma a uma. O que eu quero nem deve ter nome, nem deve ser nada, mesmo eu sentindo que quero tudo. Quero repousar admirando a imensidão do mar, já que a imensidão do meu amor está do outro lado do horizonte e não há como ser vista. Sente-se aqui, deixe-me contar sobre os meus sonhos (que, com certeza, você denominará 'alucinações'). Eu não quero mais contar, deixe-me ficar com eles para que eles estourem aqui dentro e façam o meu corpo se mover. O relógio não para de andar: onde é que ele quer chegar? Não quero que chegue antes de mim, onde quer que ele vá. Quero guiá-lo e não ser guiado, quero controlá-lo. Prenda-me aqui ou partirei pra algum lugar inexistente, do outro lado da parede, do outro lado do mundo. Além de Plutão. Caminharei até encontrar Plutão, até encontrar Platão. Caminharei até me encontrar.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

arrested.

terça-feira, 20 de setembro de 2011 0
Como um punhal cravado - foram assim que as palavras saíram da sua boca. Elas sequer saíram, elas sequer se deram ao trabalho de sair. Foram derramadas, friamente, pelas suas mãos gélidas e trêmulas. Estão, agora, sobre a mesinha suja e velha do computador. Todas atiradas, mortas, estendidas e vermelhas. Vermelhas de sangue, vermelhas de paixão, de morte. E não adianta assoprar, não adianta empurrar: elas não se movem. Aos poucos, percorrendo os pés da mesa, o sangue se encontra com o chão. Sangue e lama - não é o par perfeito visto de um coração fossilizado? Um coração empoeirado, que havia saído para dar uma volta pelo campo fresco da Irlanda, mas é obrigado a voltar para trás das grades da costela branca e sem vida que adormece duramente. Volte sim. Volte sim, coração. Volte para o mundo preto e branco que não te faz sentir, não te faz mal, que não te faz nada. Volte para seu cárcere que também é refúgio. Fique quietinho, adormeça apoiado nestas tábuas brancas que o rondam. Volte, pequeno imcompreendido, volte para onde te compreendem (onde apenas existe você). Agasalhe-se, faz muito frio lá fora! Fique aqui, aconchegante, quentinho, assistindo aos seus programas prediletos e tomando um chocolate quente. Não ouse sair de novo, estamos entendidos? Chamo os seguranças, chamo a polícia e o prendo aqui novamente, para que não se dê a liberdade de sofrer de novo, não se dê a chance de errar e para que não sangre mais. Coração, fique aqui para não sangrar. Fique aqui para não amar.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

L what?

quarta-feira, 14 de setembro de 2011 1
Sabe quando começamos a nos questionar sobre o que é o amor? A que ponto chegamos, o que isso significa? Como se começássemos a racionalizar uma coisa tão emocional, que, supostamente, deveria ser sentida. Falar sobre o abstrato é algo extremamente difícil, é como um poço sem fundo, inesgotável, inalcançável. Inesgotável porque nunca será possível definir e delimitar tal sentimento, sempre haverá margens para outras interpretações e outras suposições. Inatingível: nenhuma dessas hipóteses conseguirá atingir em cheio o [real] significado desta abstração - justamente porque, acredito eu, não há um sentido real para coisa alguma. E, sobre o amor, o mais inexplicável de todos os sentimentos, o mais abstrato, como alguém pode se comprometer em definí-lo? O amor não é passível de julgamentos ou caracterizações. Amor tem mil vertentes, mil formas, mil faces, mil cores. O que é o ser humano pra julgar a veracidade de algo não-concreto? A imaginação e o surreal não podem ser calculados. Você pode até perceber nos olhos de uma pessoa se ela está apaixonada, mas o verdadeiro amor não está tão estampado assim. Ele se esconde, debaixo de todas as veias e artérias, debaixo do fluido que alguns denominam 'alma'. Não há escavadeira que seja capaz e forte o suficiente para adentrar tamanha profundidade do corpo humano. Então, como é possível ter a certeza de que os sentimentos existem e de que estão ali? Como é possível cultivar os nossos pelos outros, mesmo tendo a certeza que nunca saberemos se tudo que sentimos é recíproco? E qual é a intensidade de tudo isso? Pra que falarmos em muito e pouco se sequer sabemos o que é o amor? Provavelmente, alguém já deve ter se questionado sobre essas incertezas (ou sou tão louco assim?). Incertezas? São certezas das dúvidas, certeza das incertezas. Certeza de que não mediremos e não saberemos o que se passa dentro do outro corpo. Sequer sabemos o que se passa dentro do nosso próprio. Só sabemos se existe algo bom ou não, se o sentimento é positivo ou negativo. E quando é extremamente positivo chamamos isso de amor. Mas espere! Há amores completamente destrutivos e crueis, não há? Minha teoria vai por água abaixo. O amor não pode nem ser polarizado. Onde ele se encaixa, afinal? Amor não é bem e nem mal, mas é luz e escuridão. Amor é uma contradição, um jogo de perguntas sem respostas. Amores correspondidos, amores imaginários, amores platônicos, amores físicos. Como conseguir separá-los em categorias ou colocá-los em uma tabela, classificando-os e os agrupando por semelhanças? (...) Mas por que eu ainda ouso tentar entender todo esse emaranhado amoroso que explode [e implode] dentro de mim? Como eu queria apalpar todo esse furacão, como eu queria tocar, colocar dentro de uma caixa para saber o quão grande é! Mas se eu fizesse isso, teria a certeza mais certa de todas: isso não seria amor.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

1 + 1

quarta-feira, 7 de setembro de 2011 0
Às vezes o silencio me faz querer falar... Querer não é bem a palavra certa. É como se ele me permitisse falar, sabe? Como se a falta de som fosse um sinal para eu poder falar. E mesmo assim, eu me recuso a fazê-lo de cara – justamente por compreender o valor das palavras. E é por isso que estou aqui: para [não] falar. Tento coordenar os meus pensamentos para tentar reproduzir todo esse turbilhão que me corrói. Tenho total consciência que não o farei com plena verdade. As representações não serão fiéis ao que realmente eu guardo aqui dentro. Aliás, nem sei por que tento me expressar ainda... Acho que isso me ajuda a colocar tudo pra fora, mesmo sabendo que tudo continua internamente e o que eu acabo de despejar não é nem um quinto do que eu queria mostrar. E eu nem sei se eu realmente quero mostrar alguma coisa... Na maioria das vezes, proponho-me a apresentar algo e isto sai de uma maneira totalmente deformada. Como se os meus pensamentos e desejos não fossem meus, como se eu mesmo não fosse eu. Tudo isso é uma confusão e eu só preciso chamar um pouco de atenção. Esse é o meu objetivo quando escrevo. Preciso chamar a atenção de alguém – mesmo que seja a minha própria. E se não tiver uma única pessoa para ler o que eu escrevo, para escutar o que eu quero dizer... Não importa! Eu, daqui algum tempo, com certeza, relerei meus textos com outros olhos e com outra identidade. Eu não serei eu, eu serei meu leitor, meu ouvinte, meu destinatário. Como se eu fosse o centro do mundo, o centro das minhas palavras – como se eu fosse o centro da minha vida. Eu, eu, eu. Como se só existisse a primeira pessoa do singular, como se isso me confortasse... Não há sentimento de solidão quando você é sozinho sempre. E eu nem tinha vindo aqui para falar sobre isso. Deitei minhas pernas em uma rede para conseguir escrever e sentir o vento no meu rosto ao mesmo tempo... E acabei voltando para o meu umbigo, sem me importar com o vento, com a rede ou com qualquer coisa que pudesse estar em volta. Se um dia me propuserem a significar “egoísmo”, a definição seria: “é quando você não sente mais nada a sua volta, quando a luz está em você e o resto é escuro, está longe. Quando o mundo é seu, não importando que digam o contrário. É quando o amor que você sente pelos outros não é maior que o desejo de ser feliz. É quando você escreve sem pensar em opiniões e sentimentos. É quando você vê seu reflexo em uma superfície totalmente opaca”. E definição nenhuma é suficiente para delimitar esse substantivo, ela não caberia em aspas alguma. Egoísmo é proporcional à quantidade de palavras que existe e, ao mesmo tempo, palavra alguma consegue representar verdadeiramente o que ser egoísta significa. Voltamos à estaca zero, na qual eu falo sobre não conseguir representar tudo o que eu sinto. Egoísmo. Seria hipócrita demais se eu começasse a falar de tudo o que eu sinto por você agora? Seria? Você acreditaria se eu falasse que gosto extremamente de você? Como uma pessoa tão egoísta pode sentir algum sentimento por alguém alheio a ela? Já falei que vejo meu reflexo até em objetos opacos? Não estou dizendo que você o é, não me entenda mal, por favor. Só estou dizendo que me vejo em você, vejo meu futuro em você. Vejo-me em você assim como vejo você em mim. Como se nos completássemos... Mas acho bobeira esta história de almas gêmeas, você não acha? Seja sincero comigo do mesmo modo que estou mostrando [parte da] minha loucura pra você. Como naquelas poesias com pássaros voando e o céu inteiro azul, você acredita que fomos feitos um para o outro? Se eu não tivesse nada, ainda teria você? Essas palavras estão saindo tão naturalmente e lhe digo uma coisa: elas podem ser tão passageiras quanto os pássaros daquele poema – ou podem perdurar como o céu azul. O que você acha? Está pronto para enfrentar os meus tufões e mostrar as suas tempestades? Quanto bucolismo. Queria utilizar a natureza inteira pra você ver o quão doce é meu sentimento, o quão leve, o quão puro... E não parar mais de escrever. Tenho medo de que tudo isso se vá junto com as palavras, de que você não queira mais me ler... Não se interesse mais pelo que existe aqui, pelo que sou, pelo que eu pareça ser, pelo que eu realmente seja. Interesse-se por minhas formas de agir, queira saber sobre o meu jeito de pensar sobre isto e aquilo. Egoísmo – a ponto de querer que você mergulhe em mim tão profundamente, tão vorazmente, tão... Ah! Devo estar sendo ridículo, não é? Que tipo de cara escreveria tudo isso para ninguém ler? Eu me acharei ridículo quando reler e vir que tudo isso já passou, mas que continua sempre tudo igual: só mudam os rostos. Queria tanto que o seu não mudasse, que você conseguisse adquirir fôlego o suficiente para permanecer o resto dos dias submerso aqui dentro. Respire e mergulhe, por favor. Mergulhe no meu egoísmo e quebre todo esse escudo que eu insisto em deixar intacto. Você consegue saber, agora, um pouco mais de mim? Provavelmente, quando pensar saber tudo, eu vou me mudar só pra você ter que descobrir de novo – pra ver se você ainda terá vontade de me desvendar. Egoísmo: respire e mergulhe.

sábado, 13 de agosto de 2011

little boy.

sábado, 13 de agosto de 2011 0
Todos os medos que você precisa encarar agora já passaram pelo meu caminho e eu soube vencê-los aos poucos, lentamente. Em todas as batalhas nas quais fui campeão, você precisará enfrentar o inimigo, os inimigos... e até os amigos. Você tem que ser forte, little boy, forte como eu fui, como todos somos. Não pense que está sozinho, porque você sabe que não o está. Estou contigo, eles estão contigo, elas também. Somos um bando de super-heróis querendo vencer este mundo de injustiças e imperfeições. Não tenha medo de voar, de ser quem você gosta de ser, de ser quem você é. E não pense que não haverá quedas, porque você vai ralar mais que os seus joelhos... Esfregará o rosto na lama, enfiará o pé no inferno. O mar não é feito só de rosas, little boy - e se fosse, rosas são compostas por espinhos. Não tenha medo de se sujar, de se lambuzar, de se entristecer. Tenha menos medo ainda de pular, de gritar, de sorrir - o que levamos da vida senão a vida que levamos? A liberdade não pode ser comprada e nem vendida. A liberdade de ser quem você quiser ser é conquistada pela sua índole e pelo seu caráter. Batalhe por quem e pelo que você é, little boy. Não tente fugir das armadilhas, não tente escapar das emboscada. Jogue-se nelas e seja o que Deus quiser. Batalhe, little boy.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Magic.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011 0
É quase imperceptível a diferença entre forever e for never, mas suas palavras acabaram se transformando facilmente. Aqui vai mais uma lamentação... E não reclame: você está acostumado com isso. Meus planos já estavam mais afrente, como sempre estão quando fico com a cabeça nas nuvens. Meus sonhos já tinham quase tocado o céu de tão alto que eram. Eu sempre fui assim, sonhador, ilusionista de mim mesmo. Com meus truques e mágicas, consigo entretê-lo e enganar-me ao mesmo tempo. E essas ilusões são o suficiente para me fazerem seguir. Quando um truque acaba, em seguida vem outro, para o show não precisar parar - porque se parasse não começaria de novo. E, com todas essas peripécias, vou levando a vida - com ou sem você. ~ E as palavras não saem porque não é isso que eu to querendo dizer, mas seria singelo demais falar "Venha e me dê um abraço. Fique!". Fico com minhas mágicas.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

deep waters.

segunda-feira, 25 de julho de 2011 1
Toda a sede que eu causei está me afogando. Mergulhando no oceano que eu mesmo fiz, que eu mesmo causei, que eu mesmo fiz questão de fazer nascer. Marinheiros que um dia se afogaram estão saindo dos braços da sereia e encontrando o oxigênio novamente. Nadaram, nadaram e ajudaram a encher com lágrimas a profundidade do meu oceano. Tudo o que sofreram, tudo o que eu causei está fazendo a minha alma transbordar em angústia e amargura. Pior que plantar vento e colher tempestade é plantar coisas não-sólidas e não-concretas e ter que conseguir vencer todas as barreiras apenas com as míseras coisas que me restaram. Mal sei eu o que me restou. Olho em volta e só vejo o oceano, onde eu cai, mesmo sem querer. E eu sempre tentei fazer tudo com a menos pior das intenções - melhor eu sei que nunca foi. Agora, tenho que me contentar com esse monte de água por todos os lados, sem enxergar nada firme em que eu possa me apoiar e me sustentar. Cansei de nadar e remar contra a maré... Que o oceano me afunde e me afogue. Que a água encha a minha alma pra que, pelo menos, eu fique cheio de alguma coisa: odeio sentir esse vazio. Enche, água, enche. Afogue-me até que eu esteja completamente submerso... Quem sabe um barco não me encontre e me traz de volta ao seco, ao oxigênio, à vida?

terça-feira, 19 de julho de 2011

movie.

terça-feira, 19 de julho de 2011 0
Já devo ter mencionado minha aversão a filmes, né? Aquelas cenas paradas, monótonas... Todo aquele escuro que constrange, que inibe. Filmes tristes, porém, alegram-me. É tão bom ver que as pessoas também sofrem, sabe? Sofrem de verdade - sofrimento mais real do que o real sofrimento, se é que me entende. Aquelas pessoas chorando, escancaradamente, para quem quer que veja, para quem quer que queira ver. Play, Pause, Reward, Forward. Sabe? Aquele controle remoto controlando tudo, aquele mouse pronto para clicar e rever o suicídio do século, a crise do ano ou os amores estragados do momento. Quem se importa? Parece um tanto quanto cruel precisar ver toda aquela desgraça para se sentir bem, mas você sabe que não é assim. É espetacular conseguir enxergar tudo em cores, tudo tão sincero, tudo tão perto de você. Aquele escuro que desencoraja passa a libertá-lo, deixar tudo mais claro e as memórias vêm à tona. Você coloca toda a sua vida dentro daquela história - que acaba se tornando a sua história - e deixa que as personagens ajam por você, sintam por você, depositando nelas todos os seus sentimentos e dores. Filmes tristes me fazem enxergar a felicidade que poderia estar aqui, o drama [desnecessário] que a gente faz com a vida, toda a perspectiva de um positivista encarna em mim e penso ter poder para salvar a minha vida sem precisar daquelas lágrimas e daquelas mortes. Tentamos transformar nossa vida em um filme, porém esquecemos que não é possível sair de cena assim que enjoarmos como os atores fazem. Nossa vida é progressiva, é irreversível, é contínua... Enfim, a lista de nomes dos atores passa, mas, mesmo assim, eu não caio em mim e tudo aquilo continua sendo verdadeiro e intenso. As luzes se acendem, o copo de coca está vazio e do milho só restaram os grãos... Bem-vindo a sua vida real - que poderia ser tão limpa e clara quanto ao filme que acabará na estante.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

far means far.

segunda-feira, 27 de junho de 2011 0
Eu poderia fumar um maço se fosse necessário... Só pra poder sentir o cheiro da sua presença. Beberia garrafas e mais garrafas pra ter você aqui nos meus braços, procurando as infinitas marias que existem no céu. De mãos dadas pelas ruas, seriamos acertados por balas, flechas e carros descontrolados - passaríamos intactos. Eu poderia dançar noite adentro e ficar acordado madrugada afora, dentro de um cubo preto, cheio de fumaças - com você me olhando. Dançaria até ficar cansado e você me fazer descansar. Faria você dançar até você querer que eu o fizesse descansar. Compraria rosas rosadas, avermelhadas e brancas, só pra o ver sorrir aquele sorriso sereno e manso que consegue me deixar atônito. Eu poderia ficar sóbrio pro resto da vida, só pra conseguir te fazer dormir quando você precisar de mim acordado, pra fazer você enxergar o próximo degrau da escada, mesmo que eu precise cair pra conseguir lhe mostrar o quão longe ainda estamos. Estamos longe de termos um final, estamos longe de termos um começo. Estamos longe de tudo o que passamos, estamos longe de nós mesmo. E se eu tivesse papel e caneta agora, não precisaria escrever uma palavra sequer - e mesmo que precisasse, elas não sairiam. Eu só queria lhe mandar um carta com toda a chuva que meus olhos produziram e o carinho que ainda guardo pra você.

domingo, 12 de junho de 2011

bad kids.

domingo, 12 de junho de 2011 1
Nos achamos tão diferentes e únicos ao ponto de odiarmos o resto do mundo e não darmos a mínima para o que eles dizem ou pensam. Bad kids - é o rótulo que levamos daqueles que imaginam nos conhecer. Descolados, inteligentes e engraçados, quem merece estar ao nosso lado? Quem merece ser o que somos ou ter o que temos - o que temos, na verdade? Eles riem de nós enquanto rimos deles, mas o nosso riso é mais alto, é melhor, é mais sincero. Eu nem sei porque eu estou escrevendo isso, nem sei o motivo de eu estar comparando você a toda essa multidão ai fora, você é único, sabia? Eu não, sou mais um ai, um wannabe poeta, que murmura pelos cantos e reclama até pelos leites não derramados. Egoísta, egocêntrico. Parei: não estou aqui para falar de mim, quero falar de você, de nós... Porque não existe você sem mim e não existe mim sem você, não é mesmo? Com o tempo, fomos nos transformando em uma coisa só, um ser indefinido, um alienígena de quatro braços e duas cabeças. Um coração, não quero que tenhamos dois corações. Quero que sejamos juntos e estejamos juntos, que sintamos juntos e ajamos juntos - juntos, cada um em sua individualidade. E é por isso que não cansamos de ser um só, porque somos individuais. Dois indivíduos com duas mentes separadas, duas visões que são capazes de enxergar um ao outro. E por mais que nos achemos diferentes, sabemos que somos iguais. Somos iguais a toda essa lotação do metrô, a toda essa gente caminhando pelo centro da cidade. Mas por quê, então, eu consigo ler sua mente enquanto o resto só vê o que está por fora? Por quê você olha para o meu rosto e já consegue decifrar todos os meus sentimentos, enquanto os outros só conseguem ver dois olhos, um nariz e uma boca rosada? Você sabe, Amor (com A maiúsculo e tom forte), nós somos iguaizinhos a todas as outras pessoas, a todos os outros corpos e carcaças. A diferença, eu conto, só pra você ler: a nossa diferença é que eu tenho você e você tem a mim.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

edge of glory.

segunda-feira, 9 de maio de 2011 0
Sabe quando você sente que tudo está bem e depois tudo isso vaza pelos seus dedos? Os sentimentos vão se transformando, vão se esvanescendo... E por mais que eu os oculte, eles estão aqui. Mesmo que imperceptíveis, eles estão presente, eu posso sentí-los todas as vezes em que olho para aqueles rostos, aquele rosto. Pairando ao ar, pulando de uma ponte, a liberdade corre em minhas veias - e é ai que quero ficar preso de novo. Queda livre: as emoções sobem todas para a cabeça, mas é só chegar ao chão para elas voltarem para onde ninguém consegue enxergar, como vales e depressões. Estou tão errado essa noite e tudo o que eu preciso é me afogar em um abraço quente, em braços aconchegantes. Eles não vão mais me afagar, não poderão mais me pegar. Braços que eu cortei não poderão mais me segurar. Poderíamos ficar apaixonados só por hoje? E as coisas ficariam bem na manhã seguinte - o sol conseguiria acordar e nos despertar. Just tonight, i'm on the edge with you.

sábado, 30 de abril de 2011

all lights on me.

sábado, 30 de abril de 2011 0
Vou contando meus passos e contando com as pessoas; percorrendo ruas, inventando histórias. Por quê o metrô anda tão rápido? As luzes lá foram correm contra mim como se fossem me cortar. E não é que acabam cortando, de um jeito ou de outro? As paisagens vão mudando, vou fazendo cenas, atuando, mentindo... Mentindo para mim mesmo, fingindo que as coisas são alaranjadas e serão sempre dessa cor, não importa o que aconteça. Não consigo aceitar dias negros, não quero ceder. Você entende o que é querer estar sempre por cima? É errado precisar ficar sempre bem, fazer sempre o bem? A vida vai passando, vai me cortando como as luzes. Estou brilhando, você não vê? Cabelo penteado, roupas bem passadas e um enorme sorriso no meu rosto - tendência a ser estrela de cinema. Começo a me afogar nos meus próprios pensamentos, nos meus próprios ideais, alma adentro... Um minuto! Isso é melancólico demais para um sábado à noite. Essa angústia precisa esperar. É, até depois, porque as luzes me esperam.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

no color.

quinta-feira, 28 de abril de 2011 0
Pode voltar, voltar para o universo preto e branco que voce enxerga colorido. Mas talvez ele seja realmente colorido e eu o enxergo sem cor. Sem graça, sem vida, sem razões. Não que o meu seja cem por cento alegria e harmonia, mas o meu universo é só meu, é único - mesmo eu achando isso impossível. Volte para as suas banalidades e os pensamentos que você julga serem complexos e elaborados. Caminhe junto a sua incrível maturidade e verá o quão infantil ainda permanece. Jogue o meu jogo, caia na minha rede: só quero motivos pra escrever, propostas para serem expostas e refletidas. Não adianta - que venha a prepotência e arrogância -: seu mundo ficará sem cor mesmo estando colorido por todas as cores do arco-íris (se é que me entende). No baby, no color.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Boytoy, baby.

quinta-feira, 21 de abril de 2011 1
É assim que eu quero que seja, como um brinquedo conduzido pela mão de uma criança sem juízo. Que ela me leve junto dela para todos os lugares, que ela me faça conhecer uma infinidade de sentimentos, que ela cresça comigo em suas mãos, sentindo que eu sempre estarei aqui para confortá-la sem mencionar uma palavra. Durma comigo, mostre-me a seu amigo. Não me importo em ser um troféu, porque sei que darei a ela toda a alegria de ter passado por mais uma etapa comigo em suas mãos. Toda a tranquilidade e conforto de ter alguém nas mãos é impagável. Jogue-me ao chão quando estiver com raiva, sou feito de plástico, sou feito de aço, sou como um material inquebrável. Não vou me despedaçar em dezenas de pedaços igual a seus amigos quando você for rude. Amor de brinquedo é mais forte, é maior. E quando quiser me pegar no colo para tentar me fazer dormir, vou fingir o sono mais profundo - e sei que vou dormir profundamente. A recompensa de ter me reerguido significa mais do que a dor de ter me humilhado. E não espere que eu vá reclamar, eu vou continuar com aquele sorriso estampado no rosto, esperando o próximo toque da sua mão macia. E conforme ela for crescendo, vou servindo de apoio, vou servindo de consolo, de saco-de-pancadas. Ficarei no mesmo lugar, ficarei no lugar que você quer que eu esteja. E todas aquelas pessoas com dó de mim... Mal sabem elas o quão bem me faz ser seu brinquedo. Quando você me amar, eu sei que não durará. Quando você me jogar ao chão, sei que logo me pegará de novo. A inscontância do seu pensamento me moldou ao seu jeito, fez-me ser apenas como você quis que eu fosse. A minha gratidão e a segurança que eu proporcionei fez com que você enjoasse (as pessoas não gostam de se sentirem bem sempre). Por mais dó que tenha de deixar-me, ela me deixará lá e arranjará outros entretenimentos. Aquele boneco que sempre esteve à disposição será esquecido num armário com outras porcarias. Mas e daí? Às vezes, ser um brinquedo durante alguns anos traz mais vida do que ser real o tempo todo. Ser conduzido pode o levar a mais lugares do que se andasse com as próprias pernas. É nisso que está a beleza de ser um brinquedo: ser tudo o que quiserem que você seja, ser para os outros, ser tudo.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

choice.

quarta-feira, 13 de abril de 2011 0
E é normal sentir-se perdido no meio de tanta certeza? Sentir o coração diminuir cada vez mais enquanto deveria encher-se de liberdade? Certo ou errado, as coisas são do jeito que são - e são o que são por serem sensatas e escolhidas. Se eu estou aqui - no alto ou no baixo, quem sabe? - foi porque eu escolhi estar. Se estou sozinho, a culpa é toda minha.

sábado, 2 de abril de 2011

Don't be.

sábado, 2 de abril de 2011 0
De volta às drogas, de volta aos bares. De volta a toda aquela vida fútil que eu sempre levei, que eu sempre [não] quis levar - que eu sempre não quis precisar levar. A chuva cai e eu sei que vou cair. Vou ficar por baixo, arrasado, vou ficar aos prantos, ao chão, sozinho. Mas o que eu sou foi o que eu escolhi - sem culpas e lamentações. Escolhi ser sozinho, escolhi não ser nada e ser tudo, ao mesmo tempo. Ser pouco pra todos e ser nada pra ninguém. Escolhi não ser lido, não ser interpretado. Escolhi uma vida que exige muito de mim e não me exige nada. Escolhi viver por mim, vivendo pelos outros. Escolhi ser o que eu sou e sou o que escolhi. Don't be a drag, just be a queen.

domingo, 27 de março de 2011

just nothing.

domingo, 27 de março de 2011 0
Com os olhos pulsando e coração aberto (aberto de ferida, não de disponibilidade), eu ainda tenho ver o que restou do que eu era. Não restou nada, tudo está dissipado, desaparecido. Às vezes, sentimentos estranhos vem à tona e eu penso que eles vão ser infinitos, mas logo eu volto a não ser nada. O nada que precisa ser visto, o nada que precisa de álcool pra tentar ser alguma coisa. E mesmo com tudo isso - sem tudo isso - eu me transformo em coisa nenhuma, sem valor e sem escrúpulos. Por que eu tenho que ser tão mal com meu próprio ser? Por que não me permito possuir a tão esperada liberdade? Amarro-me, aprisiono-me. E continuo caindo em lugar algum, sem asas, sem para-quedas, sem nada, sendo nada. Afaste-se, não quero que me veja, não quero que me sinta, não quero ser salvo. Quem nasce pra viver sozinho, morrerá sozinho. E quem sabe eu não tenha sido um desses? Vivendo entre escombros, assombrando e perambulando por lugar nenhum, tendo nada, vendo nada, sentindo nada, sendo nada.

quarta-feira, 23 de março de 2011

only girl.

quarta-feira, 23 de março de 2011 1
E faz um ano que essa pequena dinamite estourou dentro do meu coração. Faz um ano que eu não sei o que é passar algum tempo sem ter alguém sempre perto de mim, fazendo as minhas vontades, acreditando em mim e falando as coisas certas. Sinto-me tão pequeno, tão insignificante... As coisas que você faz, o bem que você causa, as palavras, o amor... Ai sinto-me grande de novo, sinto-me feliz por você ter entrado - sem bater - na minha vida. E não quero me prolongar, senão sairia do meu padrão estético e você sabe que não gosto de descer do meu pedestal. Claro que sabe, quem me conhece melhor? Quem a conhece melhor? Um ano de um milhão e eu te amo. É o suficiente? Only girl.

domingo, 20 de março de 2011

talking about us.

domingo, 20 de março de 2011 0
Hoje não estou egoísta. Você sabe: eu sou egoísta. Egoísta até por falar que sou egoísta, se é que me entende. Ninguém entende - egoismo. Não vim pra falar sobre mim, apesar de precisa começar com meus sentimentos, tentarei me esvanescer ao máximo pra só retratar você. Não vou conseguir, sou egoísta. E seria impossível falar de você sem mencionar meus sentimentos. Tudo o que eu construi em torno da sua áurea não vai simplesmente se ausentar para eu falar meia dúzia de palavras sobre o que você é por si só. E eu não quero saber o que você é sozinho, quero sentir o que você é comigo, quero cantar e versar sobre esse 'você'. É sempre assim, começo falando de pássaros e termino em formigas. O que eu estou falando? Não estou falando, estou apenas jogando palavras, ninguém está ouvindo. Um discurso inaudível, mas você pode tentar ouvir? Por mim, por nós, por ninguém. Por você. Não preciso de respostas, preciso somente que ouça, finja ouvir. Quero contar tudo o que eu penso sobre você e quero que você me entenda do jeito que eu quero ser entendido. Sabe? Como se nos completássemos - e quem disse que não nos completamos? Sou um porto seguro de confusões e uma confusão muito segura, se é que me entende... Você me entende, deveria entender, entende, entenderá... Ninguém me entende - a não ser você. Ouço tudo muito alto, mas ao mesmo tempo, não ouço nada. Acho que o amor deve ser mesmo um álcool, uma anestesia. Amar é escrever, é querer escrever. Olá, pequena imagem refletida no vidro cinza do meu quarto. O que é você sem aquele lá?

segunda-feira, 7 de março de 2011

push.

segunda-feira, 7 de março de 2011 0
É tão bom acordar do jeito que eu sou, sabendo que você estará ali me observando e gostando de mim mesmo que eu esteja com o cabelo despenteado e com uma cara amassada. Você irá sorrir só de me ouvir respirar, e eu irei respirar só pra ver você sorrir. Passaremos o dia na cama, debaixo de um edredom cor-de-fogo ou alaranjado, dependendo do modo como você enxerga as coisas. Mas passaremos a noite ali, tenha chuva ou tenha sol. E quando você se calar apenas pra me olhar e eu começar a falar sem parar, reclamar, gritar, xing... Só vou precisar de um beijo, pra sentir - além de saber - que você está aqui, está comigo. Dormiremos, então, com os corpos grudados ou de mãos dadas, qual a diferença? Sempre dormiremos juntos: mesmo longe.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

stay.

domingo, 27 de fevereiro de 2011 0
Não sei por onde começar, mas sei que não quero terminar. Quero poder escrever pra você todos os dias, todas as horas. Escrever e falar. Falar e beijar. Abraçar e dormir. Acordar e abraçar. Você sente tudo isso que eu quero te mostrar? Eu sinto e não consigo colocar aqui. Vem um turbilhão na minha cabeça e um aperto no meu coração. Você entende o que eu quero dizer? As palavras parecem não sair, e as coisas que eu queria falar resumem-se em 'não saia da minha vida'. Fica?

sábado, 12 de fevereiro de 2011

don't you wanna dance?

sábado, 12 de fevereiro de 2011 0
Há quanto tempo eu nãoo sonhava sonhos reais e nao vivia uma vida tão nas nuvens. Nuvens laranjas, nossas nuvens laranjas. Que essas não sejam palavras fáceis de o vento levar e que elas sejam fortes para destruir as barreiras, mil barreiras. Haverá barreiras, tá? Mas o resto vai ser sonho... Vai ser imaginação: uma imaginação não-fictícia, nossa criação. Dança comigo?

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

...

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011 0
Se eu me calar para as coisas derem certo e fluírem, não ache que é descaso. Só quero que, dessa vez, vá e que você venha. Calar-me-ei antes que eu tudo isso se torn... Shiu!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

just a feeling that i have.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011 0
Queria poder mostrar uma parte de mim que eu não conheço - e que talvez nem exista. Poder ser o que me convém ou querer ser o que eu posso ser. Revelar e ocultar os meus sentidos, os meus sentimentos, os meus anseios e ânsias: quando eu quisesse, como eu quisesse. Poder me desdobrar e me guardar à nove mil chaves quando eu pretendesse. Ser agora quem eu já fui ou quem eu serei, sentir o que eu já senti. Ao menos sentir alguma coisa. Escrever do jeito que escrevi, colocar a alma do jeito que eu punha. Mas o tempo passa, as coisas evoluem, o coração cresce - ou diminui. Os pensamentos são outros, os sentimentos também. Quais sentimentos? Há sentimentos, ainda há. Sentimentos que eu possuo, que não podem ser nomeados [ainda]. São só isso!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

All we need is love.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011 0
Sempre andei procurando amores diferentes. Amores que me salvassem e amores que precisassem ser salvos. Amores que me fizessem bem, outros que não me fizessem nada. Amores que corressem atrás de mim e aqueles que fugissem para serem caçados. De que me vale idealizar se o amor que chega, vem do jeito que quer? Agora não quero um amor ruim ou um amor bom, não quero um amor que me persiga ou que tente me tirar de onde estou. Não quero um amor, decidi. Não quero nada além dos meus carinhos e afetos sem compromisso, espalhados aos quatro ventos. É como se o mundo precisasse do meu amor, e por que ser egoísta a ponto de dá-lo a uma pessoa só? Óbvio que o mundo não precisa do meu amor, só precisa de amor. "All we need is love" - já dizia uma frase clichê que nem sei de onde retirei. Então, contento-me em espalhar amor, arrancar amor e fazer amor.

domingo, 30 de janeiro de 2011

shine, little queen.

domingo, 30 de janeiro de 2011 0
São dez anos ou foram dez anos? O verbo, nesse caso, faz toda a diferença. E quero que voce sinta a diferença do estar com e estar sem. Olhe o amor com outros olhos e perceba que - o que voce, erroneamente, julga um conto de fadas - acabou. Volte a andar com suas próprias pernas e pare de se enganar: pessoas não mudam. Não quero que isso soe poético e nem que as palavras sejam doces e fáceis, quero que entenda que o fim é o fim, impossibilitado de um novo começo. O amor acaba quando a esmola é pouca, não é mesmo, pobretão? Fique com seu papelão e com suas mulheres-de-barriga-de-fora. A realeza vai começar a brilhar, desejo que comece a brilhar. Brilhe sozinha, vai. Brilhe como sempre brilhou.

domingo, 23 de janeiro de 2011

all around.

domingo, 23 de janeiro de 2011 0
Tantas almas passam por mim, tantas almas tão pouco gêmeas. Cada rosto, uma singularidade. Cada rosto, nenhuma peculiaridade perceptível. Olho, olho. Por mais que eu olhe, os corpos parecem tão semelhantes, sem nenhum brilho, sem nenhuma cor. Talvez eu esteja ficando cego, talvez esteja ficando muito exigente. Almas passam e passam, a música perfurando os meus tímpanos é a única coisa que eu ouço. Às vezes, correm caminhões e invadem minha mente, com aquele barulho atordoante, mas não conseguem ser mais forte que a minha música por muito tempo. O silêncio barulhento persiste e insiste, consiste em me ensurdecer e consegue, de um estranho modo, cegar-me também. Olho, olho. Ouço, ouço. Tantas vozes e nenhum som. Tantos sons e nenhuma voz. É capaz de me entender? Tantos traços e nenhum rosto. A minha mente flutua e acaba voltando para o mesmo lugar. Meus pensamentos vão até o castelo, o arco-íris, a casa na montanha. Afogo-me de novo nesse copo sem cor, sem sonho, sem esperança. Cheio, mesmo sem nada, ele permanece cheio, completando-me com o seu vazio. Afogo os castelos, os duendes e as fadas. Acabo engolindo-os e me esquecendo deles, como alguém que esquece o que comeu em sua última refeição. Olho os mesmos rostos sem semblantes e as mesmas vozes afônicas - vozes sem sons e rostos sem traços.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

?

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011 0
As incertezas tentam partir, mas por que eu continuo as segurando fortemente? Sempre fechava os olhos e desejava que elas fossem pra outro lugar, deixassem a minha mente, parassem de me perturbar. E agora, que elas ousam dizer que estão indo, eu as imploro pra ficarem. Que tipo de coisa estou fazendo? Fiquem, dúvidas. Não conseguirei respirar certezas absolutas, sufocar-me-ão. Não conseguirei acordar todos os dias sabendo que tudo está exatamente onde deveria estar. Qual é a graça de viver sempre sabendo? Qual a graça de viver sempre? Morrer faz parte do viver. Surpreender e ser surpreendido, tanto positiva quanto negativamente. Tentar e não conseguir se reerguer, essa é a emoção. Sofrer e sofrer, pra depois sorrir sem parar. O que seria da felicidade sem a tristeza? As duas se completam e nos completam. Mas não quero ser feliz nem triste. Não quero ser morto nem vivo. Quero não saber quem eu sou, mesmo espalhando aos quatro ventos o meu jeito. Quero ser uma incógnita.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Cold faith

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011 0
Queria mentiras que fossem inventadas e se tornassem verdadeiras de tantas vezes que fossem repetitas. As minhas respostas na mesa, todas respondidas. Meu cachorro ao meu pé, enquanto vovó tricotava-me um casaco para o inverno. Papai lavaria o carro no quintal de casa, enquanto mamãe poria a mesa para nosso almoço de domingo. "Menina, guarde essas bonecas e venha almoçar". "Pare de jogar video-game e vá lavar as mãos, filho". As memórias todas lúcidas e claras, as recordações ruins esquecidas. No final do dia, deitaria-me ao lado de alguém para receber um cafu.. fé! Um café, por favor. Despertava e ia direto ao balcão da lanchonete da escola para pegá-los das mãos frias da merendeira. Café frio, vida fria, filme inexistente, sem novelas. As verdades peladas e não-cozidas dizendo-me para pross...Um pró-seco, me vê um pró-seco. Dois goles e minha mão equiparava-se ao meu coraçao, garrafa no lixo. As luzes haviam roubado o brilho dos seus olhos todo para elas e ninguém parecia dar a mínima. Eu queria vê-lo de novo, sentí-lo sintilante. Porque tudo o que eu sinto... Um absinto, pode ser. A essa altura, água ou veneno teriam o mesmo aroma e sabor. Quero algo para manter-me vivo e morto ao mesmo tempo, entende? Garçom, traz-me uma dose de amor. Não? Tudo bem, quanto está o Rum? Pouco gelo, pouco gelo, pouco gelo. Gelo!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

plock.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011 0
Queria tanto uma razão pra escrever, mas por que essa razão sempre tem que ser a dor? Sabe quando voce chega ao paraíso e, de repente, repara que ele é azul demais e tão brilhante que até ofusca os seus olhos? Ai voce se volta para o lado e tudo está tão pequeno lá embaixo... As coisas já não possuem mais tanta importância e você se sente, literalmente, nas alturas, com o cajado na mão e a coroa na cabeça. Aquela sensação de que tudo dará certo mesmo o mundo estando contra voce. Sorri, sorri, sorri e sorri. (...) Já não sorrio mais, porque, por um descuido meu - ou seu, ou nosso, ou deles - eu me perdi entre as nuvens e acabei sendo cegado pelo sol. Como numa queda-livre, rodopiei e voei até cair aqui de novo: nesse mundo sem tempero e sem graça. As flores voltaram a não exalar mais perfumes e os gritos tornam-se altos de novo. Onde está aquela bolha na qual estávamos enfiados? Vazou, quebrou, sangrou.
 
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