quarta-feira, 30 de maio de 2012

all my fears.

quarta-feira, 30 de maio de 2012 0
É medo, eu sei que é medo. É o único possível nome pra esse sentimento perturbador que me invade de repente. Medo de encarar o que pode vir – ou o que pode não acontecer. Medo de ir, medo de ficar também. Medo de tentar correr atrás de uma coisa que já foi tão perseguida que nem sei se pode ser alcançada. Eu insisto em tentar, mesmo com esse medo. Saio calado da sala enquanto as pessoas assistem à novela como se tudo fosse de outro mundo, mas me identifico com cada cena, cada personagem, cada trecho de suspense e cada trama mal-contada. Seria mais fácil se a vida se resolvesse em cinco ou seis meses igual a esse teatro televisivo. O mocinho sendo feliz para sempre com a mocinha, enquanto o vilão é preso ou morto. Porém me questiono: será que somos todos puramente mocinhos ou puramente vilões? E é ai que ressurge o medo. Medo de ser mais vilão que mocinho, de merecer mais a morte que a felicidade eterna. Medo de tentar agir conforme a lei e as convenções e acabar morrendo como o vilão. Se as minha ações forem inconsequentes, não poderei desejar uma vida justa e regrada – apesar de ser o que eu mais quero, às vezes. Se eu agir por impulso e continuar fazendo e desfazendo laços afetivos com as mesma frequência que amarro meus tênis sujos de terra, terei certeza que uma vida estável passará longe da minha vista. E será justo! Muito justo. Sempre trocando de par, trocando de corpo. Deve haver pessoas que nascem para isso, para não cair na monotonia de uma vida cheia de um marasmo convencional. E talvez eu tenha um pouco dessa pessoa, talvez eu seja uma delas. Não queria ser vilão ou mocinho, só queria saber em qual dos dois padrões eu me encaixo e não ter medo de vestir a personagem e atuar de modo constante até o fim dos fins. Mas não, eu tenho que ficar nessa metade inconstante, sem saber para que lado correr, com medo de uma coisa ou outra. Todo mundo deve ser um pouco assim, meio perdido, meio inseguro, meio medroso. Eu só sou um medroso egocêntrico, com medo de aceitar as coisas como elas são e tomar partidos quando devo – por não saber para onde correr.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

drunk on love.

quarta-feira, 9 de maio de 2012 0
E chegamos naquele local onde tudo era verde, onde o sol brilhava e o céu mudava de cor aos poucos. E a toalha xadrez, igual a dos filmes, nos aproximava de nós mesmo. E ficamos ali: trocando olhares, palavras e sentimentos escondidos. Li uma página do meu livro para você, mas era como se você já o conhecesse por inteiro. Parei de ler e comecei a falar. Falar sobre coisas aleatórias e sobre filosofia de vida como se eu fosse sábio de alguma coisa. Você começou a falar besteiras, mas foram as besteiras mais importante que eu já ouvi. E começamos a troca de olhares e sentimentos. Você me olhava, enquanto eu olhava para o céu. Eu o olhava enquanto você me olhava. E olhávamos para a infinidade de nuvens e para o clarão do sol: troca de olhares entre os raios luminosos. Então, eu fechava os olhos por não conseguir encarar aquela luz. Cinco segundos - o suficiente para sonhar todos os sonhos lindos com você. E começamos a trocar sentimentos, se é que já não havíamos compartilhado todos durante aqueles instantes. Sentimentos despejados numa garrafa barata de vinho consumidos por mim e por você simultaneamente. Bebemos um gole e outro e outro e outro: drunk on love.
 
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