terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

wait.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010 0
Eu já disse que vou esperar, não disse?
Acho que não.
Não vou esperar nem muito nem pouco - esperarei o suficiente.
O suficiente pra mim, não pra você.
Não importa se vou esperar de pé ou sentado.
Se vou terminar com você ou morto, deitado.
Vou esperar.
Mesmo que eu espere aqui... Mas e se eu esperar em Nova Iorque?
Que tal se eu esperar por dois minutos ou esperar pelo resto da minha vida?
Faria diferença?
Talvez eu fique contando os minutos, talvez eu fique esperando sem me dar conta.
Ansioso ou relaxado.
Ah... Quem sabe se quando eu parar de esperar esse texto e esse tempo tenha feito algum sentido?
Sentido pra mim... Porque pra você nunca fará.
Só eu me entendo. Só eu me espero.
Nem eu me espero, nem eu me quero.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

nineteen.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010 0
Um ano a mais. A vida deveria estar em abundância, felicidade em demasia. O sol continua brilhando, eu sei, mas é como se tudo fosse noite. Dezenove anos e uma lua imensa no céu, coberta de nuvens aparentemente negras devido à escuridão do céu e da minha imagem no espelho. Dezenove anos supostamente de experiência são anos de desespero, de desilusões. Aparentemente acabado, corróido e sem forças para seguir. Aparentemente? Eu estou destruído - mais por dentro que por fora. A carcaça pode aparentar a juventude em sua melhor fase ou apenas mais um jovem querendo ser o mais popular e bem-sucedido futuramente. Sinceramente, não é isso o que eu tenho em mente. Não quero ser mais um medíocre fútil que troca de carro todo mês e mora num apartamente de cobertura. Não serei hipócrita o suficiente de dizer que o luxo não me atrai, o dinheiro, o poder... Porém sei que não é o que me faz bem. Por mais jóias, mais fortuna... Não quero comprar o mundo, quero cativá-lo. Quero que ele perceba que por trás de um grande cavalo rude, há um coelho indefeso - com as orelhas erguidas e o narizinho mexendo, procurando achar algo para se alimentar ou uma fêmea para se apaixonar. Dezenove anos não serviram para me ensinar a ser mais persistente - a preguiça ainda me assola e me crava no chão de madeira com dois pregos de aço inoxidado. É... Já percebeu que minha cabeça viaja além da conta, né? Por mais que eu sofra, creio que nunca vou desistir. Por mais desanimado que esteja, não vou chegar ao ponto de descer de vez desse mundo. Suicídio sempre será uma das minhas alternativas, mas não será a minha opção. Ainda quero escrever uma história - mesmo que seja sozinho, mesmo que nao seja a minha. Meu sonho é escrever uma história - real ou fictícia - e contá-la, ou cantá-la para o mundo. Eles precisam saber. Saber o quê? Não sei, mas precisam, de alguma maneira. Precisam saber o que aconteceu durante os vinte e sete anos que eu vivi ou durante os dezenove que já foram. Grande carcaça, grande coração e grande mentalidade.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

two is better than one.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010 0
Talvez dois seja melhor que um, mas eu sempre tive preferência por números ímpares - e cores fortes, mas isso não vem ao caso. Duas taças, duas flores, duas argolas douradas... Prefiro três cervejas numa mesa, cinco dedos (um para cada cigarro), sete canetas para eu escrever em nove folhas de papel. São sete as notas musicais, são sete os pecados capitais, são sete as maravilhas do mundo. E por que as pessoas insistem em encontrar o seu par? Ser sozinho é divertido, descobrir-se a si mesmo, não necessitar de uma companhia para ir à padaria tomar um café ou ao bar tomar um porre. As musicas atuais são próprias pra se dançar sozinho. Valsa já saiu de moda há tempos. Do mesmo jeito que a consideramos ultrapassada, a vida dupla também deveria ser. Repúdio ao romantismo, veneração à singularidade. Mas cadê o amor da minha vida que tá difícil de encontrar? Dois é melhor que um.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

m-m-m-mstr.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010 0
Com os pés cheios de lama e as mãos sujas de sangue, estava ele lá, cortando a grama verde de seu quintal entulhado de lixo. Enquanto eliminava todo o verde que insistia em crescer, seu nariz escorria e sua boca babava. Duas ou três machadadas eram o suficiente pra elimar aquela enorme árvore, mas ele ficava lá por horas... cortando, serrando, olhando, sonhando e pensando. A árvore ia se esfalecendo, caindo lentamente... Ele continua pensando, imaginando. No que ele pensava? Ah, não o pergunte! Há coisas sobre ele que nem ele próprio é capaz de explicar - nem se ele o quisesse muito. O céu ia escurecendo, as nuvens iam formando um grande círculo em torno do sol que estava se pondo. Ele continuava lá com seu machado, sempre serrando e matando as criaturas verdes e indefesas. Seus pé esquerdo esmagava as margaridas brancas e o direito amassava as tulipas amarelas - tudo em um compasso ideal, como se fosse uma dança. Esmaga aqui, amassa ali, mata acolá. Menos três árvores pra purificarem o ar daquela casa mofada e escura. Em seu quarto não se enxergava nada além de sua cama de madeira com o colchão encurvado pelo excesso de uso e sua penteadeira com o espelho quebrado - ele odiava olhar seu reflexo. Apenas deitava e dormia; a penteadeira estava inutilizada e corroída pelos cupins. O carpete sempre permanecia úmido e as paredes emboloradas. A falta de organização e a falta de apego abrigavam o coração do ser. Mas... Pra que ajudar a casa se a casa nunca tinha o ajudado? Ela permaneceria suja até que provasse ser digna de uma limpeza. Não é necessário se dizer que ela se acabou em pó e, por consequencia, ele também. Enquanto exterminava o verde, que tanto o iludira, as portas... Não entendeu? "..., que tanto o iludira, ...". Sim. O verde que tanto brilhara e tanto refletira a luz do sol merecia ser totalmente apagado. Sua cor vívida e seu cheiro campestre só aguçavam o coraçao do pequeno ser triste. Todas aquelas sensações que não podiam ser sentidas - não por proibição ou incapacidade, mas por machucarem - vinham à tona com aquele quadro bucólico. As flores que ele tanto colhia para dar de presente - brancas e amarelas - significavam muito. Elas significavam tanto quanto as árvores com seus volumosos e saborosos frutos, os quais eram comidos pelos dois em seus eternos piqueniques. Aquele cenário precisava ser eliminado assim como os sentimentos de seu coração. E com o machado, ele tentava arrancar o que tanto lhe custava pra esquecer. Apunhalava o mato, apunhalava seu coraçao. Sacrificava as árvores, martirizava-se. Sentia-se terrível a ponto de não conseguir mais se olhar no espelho. Horrível por não conseguir superar o passado e fazer a natureza pagar pelos seus problemas pessoais. Não o julgue! Essa era a única maneira de ele tentar esquecer. Queria esquecer pra nunca mais lembrar, porém o mato insistia em crescer. Ele não se renderia, serraria até o fim. Até as portas... (Já posso prosseguir) Até as portas cairem e ele ficar sem um abrigo seguro. Morreu ao relento, tentando acabar com algo que era maior que ele, tentando eliminar tudo o que lhe fazia mal. O monstro não conseguiu conviver com as suas memórias mal-resolvidas e seu amor não mais correspondido. Esqueceram de avisá-lo: Monstros também tem sentimentos.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

empty chair.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010 0
Nessa cadeira, eu vejo todas as fotografias.
Tudo o que sobrou de você está nas minhas mãos - ao contrário do seu coraçao.
Eu costumava a levantar pra ver o mundo que estávamos deixando pra trás,
Mas agora você se recusa a olhar o céu comigo.
Enquanto as estrelas brilham, você está fugindo.
Sem o meu amor e sem os meus problemas.
Voce está desistindo e eu estou chorando:
'Não vá embora, amor, não vá embora'.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

make me feel like i'm real.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010 0
Agora eu entendo o porquê das pessoas mais criativas e com os pensamentos mais sublimes serem os mais drogados e os mais alcoolatras. Nao leia! Vai achar repetitivo... Eu sou repetitivo. Sou tão repetitivo ao ponto de escrever várias vezes, em vários posts que o sou. Todos sofrem por amor - isso é inspirador. Alguns sofrem por nao amarem, outros sofrem por amarem demais. O mundo continua girando em torno desse sentimento - ou a falta dele. O excesso sempre vai ser uma das minhas inspiraçoes. Quem não gosta de um drama? Sou seu fã, drama. Fique comigo para sempre, não vá embora. Sofrimento, fique sempre aqui. Alcool, nao me deixe. Eu prometo nunca amar de novo - mas só até me apaixonar outra vez. Apaixonar-me por alguém que não tenha nada a ver comigo, alguém inalcançável ou alguém simples demais; alguém que não mereça esse amor, ou alguém que mereça tanto a ponto de eu nao conseguir sentir nada. Contradiçao, fique aqui. Escrever é o que me faz feliz. Sentir-me realizado por escrever algo que todos elogiem ou escrever um texto que só faça sentido pra mim. Quebre-me, destrua-me, ame-me. Eu nunca vou amar de novo, nunca vou falar de novo - só vou escrever. Você verá que tudo faz sentido ou que tudo está perdido. Gosto dos opostos. Odeio os opostos. Queria ter mais inspiraçao, mais conflitos, menos monotonia. Mais acontecimentos, mais desastres, mais drama. Mais emoçao, mais sentimento, mais dor. Quero escrever sobre a morte do meu pássaro azul - odeio pássaros verdes - ou escrever sobre a morte do meu ente querido. Mais morbidez, mais destruiçao. Para um artista, quanto mais explosões, melhor. Mais amor, menos amor. Mais inspiraçao, mais palavras, mais música, mais cerveja e mais fumaça. Quero sentir-me firme e, ao mesmo tempo, não sentir meus pés tocando o chão. Quero tornar possível o impossível. Quero sofrer. Faça-me morrer.
 
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