domingo, 30 de janeiro de 2011

shine, little queen.

domingo, 30 de janeiro de 2011 0
São dez anos ou foram dez anos? O verbo, nesse caso, faz toda a diferença. E quero que voce sinta a diferença do estar com e estar sem. Olhe o amor com outros olhos e perceba que - o que voce, erroneamente, julga um conto de fadas - acabou. Volte a andar com suas próprias pernas e pare de se enganar: pessoas não mudam. Não quero que isso soe poético e nem que as palavras sejam doces e fáceis, quero que entenda que o fim é o fim, impossibilitado de um novo começo. O amor acaba quando a esmola é pouca, não é mesmo, pobretão? Fique com seu papelão e com suas mulheres-de-barriga-de-fora. A realeza vai começar a brilhar, desejo que comece a brilhar. Brilhe sozinha, vai. Brilhe como sempre brilhou.

domingo, 23 de janeiro de 2011

all around.

domingo, 23 de janeiro de 2011 0
Tantas almas passam por mim, tantas almas tão pouco gêmeas. Cada rosto, uma singularidade. Cada rosto, nenhuma peculiaridade perceptível. Olho, olho. Por mais que eu olhe, os corpos parecem tão semelhantes, sem nenhum brilho, sem nenhuma cor. Talvez eu esteja ficando cego, talvez esteja ficando muito exigente. Almas passam e passam, a música perfurando os meus tímpanos é a única coisa que eu ouço. Às vezes, correm caminhões e invadem minha mente, com aquele barulho atordoante, mas não conseguem ser mais forte que a minha música por muito tempo. O silêncio barulhento persiste e insiste, consiste em me ensurdecer e consegue, de um estranho modo, cegar-me também. Olho, olho. Ouço, ouço. Tantas vozes e nenhum som. Tantos sons e nenhuma voz. É capaz de me entender? Tantos traços e nenhum rosto. A minha mente flutua e acaba voltando para o mesmo lugar. Meus pensamentos vão até o castelo, o arco-íris, a casa na montanha. Afogo-me de novo nesse copo sem cor, sem sonho, sem esperança. Cheio, mesmo sem nada, ele permanece cheio, completando-me com o seu vazio. Afogo os castelos, os duendes e as fadas. Acabo engolindo-os e me esquecendo deles, como alguém que esquece o que comeu em sua última refeição. Olho os mesmos rostos sem semblantes e as mesmas vozes afônicas - vozes sem sons e rostos sem traços.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

?

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011 0
As incertezas tentam partir, mas por que eu continuo as segurando fortemente? Sempre fechava os olhos e desejava que elas fossem pra outro lugar, deixassem a minha mente, parassem de me perturbar. E agora, que elas ousam dizer que estão indo, eu as imploro pra ficarem. Que tipo de coisa estou fazendo? Fiquem, dúvidas. Não conseguirei respirar certezas absolutas, sufocar-me-ão. Não conseguirei acordar todos os dias sabendo que tudo está exatamente onde deveria estar. Qual é a graça de viver sempre sabendo? Qual a graça de viver sempre? Morrer faz parte do viver. Surpreender e ser surpreendido, tanto positiva quanto negativamente. Tentar e não conseguir se reerguer, essa é a emoção. Sofrer e sofrer, pra depois sorrir sem parar. O que seria da felicidade sem a tristeza? As duas se completam e nos completam. Mas não quero ser feliz nem triste. Não quero ser morto nem vivo. Quero não saber quem eu sou, mesmo espalhando aos quatro ventos o meu jeito. Quero ser uma incógnita.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Cold faith

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011 0
Queria mentiras que fossem inventadas e se tornassem verdadeiras de tantas vezes que fossem repetitas. As minhas respostas na mesa, todas respondidas. Meu cachorro ao meu pé, enquanto vovó tricotava-me um casaco para o inverno. Papai lavaria o carro no quintal de casa, enquanto mamãe poria a mesa para nosso almoço de domingo. "Menina, guarde essas bonecas e venha almoçar". "Pare de jogar video-game e vá lavar as mãos, filho". As memórias todas lúcidas e claras, as recordações ruins esquecidas. No final do dia, deitaria-me ao lado de alguém para receber um cafu.. fé! Um café, por favor. Despertava e ia direto ao balcão da lanchonete da escola para pegá-los das mãos frias da merendeira. Café frio, vida fria, filme inexistente, sem novelas. As verdades peladas e não-cozidas dizendo-me para pross...Um pró-seco, me vê um pró-seco. Dois goles e minha mão equiparava-se ao meu coraçao, garrafa no lixo. As luzes haviam roubado o brilho dos seus olhos todo para elas e ninguém parecia dar a mínima. Eu queria vê-lo de novo, sentí-lo sintilante. Porque tudo o que eu sinto... Um absinto, pode ser. A essa altura, água ou veneno teriam o mesmo aroma e sabor. Quero algo para manter-me vivo e morto ao mesmo tempo, entende? Garçom, traz-me uma dose de amor. Não? Tudo bem, quanto está o Rum? Pouco gelo, pouco gelo, pouco gelo. Gelo!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

plock.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011 0
Queria tanto uma razão pra escrever, mas por que essa razão sempre tem que ser a dor? Sabe quando voce chega ao paraíso e, de repente, repara que ele é azul demais e tão brilhante que até ofusca os seus olhos? Ai voce se volta para o lado e tudo está tão pequeno lá embaixo... As coisas já não possuem mais tanta importância e você se sente, literalmente, nas alturas, com o cajado na mão e a coroa na cabeça. Aquela sensação de que tudo dará certo mesmo o mundo estando contra voce. Sorri, sorri, sorri e sorri. (...) Já não sorrio mais, porque, por um descuido meu - ou seu, ou nosso, ou deles - eu me perdi entre as nuvens e acabei sendo cegado pelo sol. Como numa queda-livre, rodopiei e voei até cair aqui de novo: nesse mundo sem tempero e sem graça. As flores voltaram a não exalar mais perfumes e os gritos tornam-se altos de novo. Onde está aquela bolha na qual estávamos enfiados? Vazou, quebrou, sangrou.
 
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