terça-feira, 15 de janeiro de 2013

maria.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013 0
Não se sinta abandonada, porque você sabe que eu estarei com você onde quer que você esteja. Mesmo que esteja sem nada, mesmo que esteja em outro planeta. Mesmo que seja presença somente na memória, nas lembranças. Não ligue para o que os outros pensam ou dizem, só nós sabemos da nossa verdade construída [e linda]. Todas as conversas e todos os chamegos, todas as palavras e poesia. A melodia que você me ajudou a compor e os versos que eu você escreveu inspirada por mim são indestrutíveis e, de um modo ou outro, eles nos fazem continuar vivendo e querendo viver, rimando e querendo rimar. Seguimos cantando todo tipo de música, todo tipo de som: e as coisas que a vida nos faz passar são somente rimas a mais nos nossos poemas, são folhas e lápis que nos fazem continuar escrevendo e escrevendo, para que a inspiração não acabe e para que a poesia não se suicide. E qual a nossa missão? Qual a sua missão? Continuar escrevendo, cantando, rimando e sorrindo para que sirva de inspiração para mim, para o mundo e, principalmente, para que seja inspirada para você mesma. Continue fazendo suas coisas, tendo seus sonhos, seus planos... Continue contando suas histórias ou guardando seus segredos. Continue sendo milhões de pessoas, sendo Maria, sendo Lúcia, sendo quem quiser... Só peço que continue sendo. Continue sendo para que eu possa continuar sendo também e continue sendo porque você é. Você simplesmente é e não pode deixar de ser.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

solitude.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013 0
É incalculável o prazer de se sentir solitário: talvez essa afirmação soe doentia ou incoerente, mas o solitário, com certeza, há de concordar comigo. Começando por todas as formas de artes, expressões solitárias: a pintura, a música, a poesia. Não há nada mais solitário e complexo que o verso. Não há nada mais grandioso que a solidão que o quadro é capaz de manifestar. Sem contar a preciosidade da melodia única e singular composta por um indivíduo igualmente único e singular. Um momento de solidão ou apenas a sensação de estar solitário podem proporcionar viagens e delírios inestimáveis. O sentimento de conseguir concluir algo por si só e poder admirá-lo sabendo que tudo o que foi feito saiu de uma [sua] cabeça solitária é insubstituível. Nada se compara à força que uma música escrita sobre [e na] solidão transmite ao ouvinte que se sente sozinho. E mesmo uma pintura colorida, quando feita por uma pessoa entre quatro paredes, tem o poder de transformar toda a solidão com que foi criada em uma luz clara e limpa aos olhos do admirador. Por mais pessoas que estejam envolvidas em uma obra, a solidão é capaz de singularizar cada pedacinho dela, de modo que a solidão seja sentida em cada traço, em cada verso, em cada nota musical. Quer felicidade maior que ver uma fotografia bem tirada? [colorida ou em preto & branco, não importa]. Apenas a solidão e a individualidade do olhar do fotógrafo poderia ter enquadrado tantas energias e sentimentos em um só papel, de modo particular. Se ainda não está claro que a solidão é prazerosa, experimente sentar-se sozinho e começar a lembrar de todas as coisas que já aconteceram na sua vida desde que você se lembra. A possibilidade de lembrar e de sonhar são solitárias: ninguém vai sonhar os seus sonhos da maneira que você sonha, ninguém vai lembrar das suas recordações exatamente igual você lembra. A solidão permite que você torne as suas coisas mais suas, que consiga ser feliz apenas por fechar os olhos e deixar os pensamentos bons virem. A solidão possibilita que você escreva um texto, do mesmo jeito que escrevo agora, e estabeleça conexões com todos os seus passados, presentes e futuros possíveis, vivíveis e imagináveis. Se bem que a imaginação pode ir além do imaginável e só a solidão do seu cérebro é capaz de acompanhar a complexidade desse raciocínio desregrado e ilógico. Um mundo de coisas conciliadas e harmonizadas nasce quando você mergulha dentro da sua própria solidão. Permita-se ser solitário sem medo de ser sozinho, porque a diferença entre essas duas palavras iniciadas pela mesma consoante é perceptível apenas na entonação em que são pronunciadas. Porém, se a pronúncia não o ajudar a distinguir ‘solitário’ de ‘sozinho’, sinto muito, mas somente um mergulho nos seus pensamentos solitários poderá satisfazer a vontade de saber.
 
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