quarta-feira, 9 de novembro de 2011

nothing left.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Se eu nao tivesse gostado, teria continuado ali em cima - intocável. Por que os sentimentos nos trazem aqui pra baixo? Não seria tão melhor ter continuado em cima daquele pedestal dourado? Sendo admirado, venerado... Parado, estático, como um boneco, um objeto. Sem vida, com a cabeça rodando e as pessoas me olhando. "No, it's too much for me" - e o que é muito para você? Muita areia, muita tempestade, muito calor, muito suor. Cheiro de alcool, gosto de whiskey e uma cena totalmente escura. Aquela fumaça que cega, que venda, que arrasta as suas pálpebras. Podia chover, podia cair o mundo e eu continuaria ali sem me mover, sem um passo sequer. A natureza chama, os sentimentos vibram e a emoção controla, então. Já não havia mais pedestal, não havia mais diferença e não havia mais encantamento. Eu me igualava a você - e as pessoas não gostam do que está no mesmo nível. Percebi isso, mas não existiria escada que me fizesse subir de novo. Com os pés no chão e a cabeça na lama, eu me tornei algo que sempre temi: comum. Igual a ele, igual a ela, igual a você. Escute: Eu nunca quis ser igual a você - mas agora sou e não há guindaste que consiga me reerguer. E o que me resta, se é que algo ainda me resta em particular, é andar até achar um degrau, uma mureta, um mísero apoio. Isso todo mundo faz. Resta-me ser vulgar, é, resta-me ser clichê. (Ainda acho que nada me resta)

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