segunda-feira, 25 de julho de 2011
deep waters.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Toda a sede que eu causei está me afogando. Mergulhando no oceano que eu mesmo fiz, que eu mesmo causei, que eu mesmo fiz questão de fazer nascer. Marinheiros que um dia se afogaram estão saindo dos braços da sereia e encontrando o oxigênio novamente. Nadaram, nadaram e ajudaram a encher com lágrimas a profundidade do meu oceano. Tudo o que sofreram, tudo o que eu causei está fazendo a minha alma transbordar em angústia e amargura. Pior que plantar vento e colher tempestade é plantar coisas não-sólidas e não-concretas e ter que conseguir vencer todas as barreiras apenas com as míseras coisas que me restaram. Mal sei eu o que me restou. Olho em volta e só vejo o oceano, onde eu cai, mesmo sem querer. E eu sempre tentei fazer tudo com a menos pior das intenções - melhor eu sei que nunca foi. Agora, tenho que me contentar com esse monte de água por todos os lados, sem enxergar nada firme em que eu possa me apoiar e me sustentar. Cansei de nadar e remar contra a maré... Que o oceano me afunde e me afogue. Que a água encha a minha alma pra que, pelo menos, eu fique cheio de alguma coisa: odeio sentir esse vazio. Enche, água, enche. Afogue-me até que eu esteja completamente submerso... Quem sabe um barco não me encontre e me traz de volta ao seco, ao oxigênio, à vida?
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1 comentários:
*__* lindo!
” Enquanto não atravessarmos a dor de nossa própria solidão, continuaremos a nos buscar em outras metades. Para viver a dois, antes, é necessário ser um.” (Fernando Pessoa)
bjos partezinha
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