sexta-feira, 28 de março de 2014

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sexta-feira, 28 de março de 2014
Enquanto eu dirigia meu carro naquela noite escura e passava pelas árvores, que pareciam tão murchas, eu pensava em nós. Pensava sobre o que já fomos, o que éramos naquele momento e o que poderíamos nos tornar a partir dali. Não cheguei a conclusão nenhuma - a não ser que as árvores estavam tristes por você não estar no banco do passageiro. Os sinais estavam todos amarelos e eu passava por eles com receio: será que devo ir ou será que devo parar? Mas, na dúvida, seguia em frente. Com medo de um desastre, mas seguia. E segui por sinais amarelos até chegar em casa e perceber que sua mochila não estava no banco traseiro e sua mala não estava no porta mala. Por que diabos eu fui abrir para ver se tinha algum vestígio seu lá? Nem eu sei. Peguei o elevador e gritei pra você apertar logo o botão do primeiro andar. Em vão. Pela primeira vez tive que apertar o botão sozinho e, posso dizer, não foi fácil, apesar de ser um simples botão. Aquele botão significou que eu estava sozinho no elevador, subiria sozinho pra minha casa e ficaria sozinho na minha cama. Deitei-me e liguei o abajur alaranjado. Fiquei pensando: não deve ser tão ruim assim precisar apertar o botão do próprio elevador ou deve? Apaguei a luz e fui dormir - sem uma resposta e sem você. 

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