segunda-feira, 13 de novembro de 2017

alaranjado.

segunda-feira, 13 de novembro de 2017
Quando todos os gatos são pardos, a gente consegue identificar qual é a nossa cor verdadeira. Eu sempre fui alaranjado: às vezes mais escuro, às vezes mais apagado, mas sempre fui da cor da abóbora e do por do sol. Talvez tenha demorado alguns anos para perceber qual era a tonalidade da minha essência, mas desde o momento em que percebi que minha áurea era laranja, assumi minha verdadeira coloração de peito aberto e sem medo de ser quem era. Laranja fluorescente, laranja que cega. Laranja lima, laranja pêra. Laranja que vai além do que foi designado para ser. Além de cor, além de objeto, além de mim. Laranja que surge no céu quando o sol se nasce e se põe; laranja que reflete nas lentes dos meus olhos e da minha câmera. Foi à noite que eu pude perceber que o laranja brilhava em mim enquanto tudo parecia se dissipar. Foi no escuro que eu pude ver que o cinza tímido que eu imaginava ser não era nada mais que um disfarce para o alaranjado que iria surgir. E foi na solidão que eu vi que a gente se torna a cor que a gente quer ser.

0 comentários:

Postar um comentário

 
when the city sleeps... ◄Design by Pocket, BlogBulk Blogger Templates