sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

made of stone.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Eu não fui feito de carne, não fui feito de aço. Fui feito de vidro, feito de pedra, feito de lona, de lixo. Não sou de corda, nem de papel: não me amarre, não me amasse. Fui feito para ser do céu, para pertencer à nada a não ser à minha própria loucura. E eu só tenho a mim mesmo e não há motivos pra esconder: não sou seu, nunca fui de ninguém. Nasci pra ser da noite, pra ser da lua, pra navegar num barco - sozinho e sem destino. Pego meus peixes, faço minhas viagens, carrego meus cantis de água para não morrer de sede. E se o barco resolver virar? Eu sei nadar, nasci pra nadar - nadar contra a correnteza, nadar contra o próprio mar. Remo, remo, remo até parar de remar. Os braços são meus, eu tenho direito de cansar. E se eu quiser rimar? Rimo! Remo e Rimo - os dois indivíduos que habitam dentro de mim. Preciso remar, senão não viajo, não sonho, não vivo. Preciso rimar, senão não canto, não choro, não sorrio. Minhas rimas são pobres, mas minhas. Meu barco não precisa ser de ouro, só precisa me levar para onde eu quiser. Vou remando e rimando, por onde o vento soprar, por onde o vento quiser me lev... Por onde eu preferir navegar!

0 comentários:

Postar um comentário

 
when the city sleeps... ◄Design by Pocket, BlogBulk Blogger Templates