Como numa avenida no centro da cidade
As pessoas vão passando, passando
Umas lenta, outras rapidamente
Enquanto carros e motos estão buzinando
Deixam suas marcas, seus chicletes
Jogam papéis sujos e amarelados
Que viram cartas guardadas
Dentro de uma gaveta, envolta por cadeados
Rastros, pegadas, feridas e pedaços
Vão deixando partes de si pela rua
Outros deixam menos. Egoístas!
Mas é rara rua que permanece crua
Embarcam, tomam ônibus e conduções
Conhecem outros rostos, outras cores
“Por quê você não veio comigo?”
Encontram outros amores
Algumas perdem hora, perdem o rumo
Perdem o ônibus, simplesmente não vão
E, então, chamamos de saudade
O olhar aéreo vindo de dentro do saguão
No poste sem luz da avenida passada,
Ficam os que não deveriam ir
O tempo se encarrega de segurar
Aqueles que não conseguiriam partir
E, assim, a vida vai seguindo
Tomando conduções e metrôs
Enquanto uns vão de carro e motocicletas
Num trânsito desordenado e ligeiro
Que leva as pessoas para todos os lugares
E , às vezes, não leva a lugar algum
Sinceramente? Não quero chegar tão rápido assim
Vou seguindo, vou jogando chicletes
Esperando que eles se tornem asfalto
E os papéis amarelados?
Ah! Que se tornem alaranjados.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
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