terça-feira, 17 de janeiro de 2012

avenue.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Como numa avenida no centro de uma grande cidade, as pessoas vão passando - umas lenta e outras rapidamente. Vão deixando suas marcas, jogando seus chicletes e seus papéis sujos que, muitas vezes, se transformam em cartas guardadas no fundo da segunda gaveta daquela escrivaninha cor-de-burro-quando-foge. Deixam rastros, pegadas, feridas e pedaços de si pela rua. Outras deixam menos, mas são raras as que não deixam nada. Então embarcamos em um ônibus que nos levará a outra rua, com outros rostos e outras marcas. Coincidentemente, pode ser que alguém do nosso passado tome o mesmo ônibus que o nosso e, então, chamamos isso de amizade. As que perdem a hora, perdem o rumo, perdem o ônibus, ficam. Simplesmente ficam - e passamos a conhecer a saudade. Aquelas que não deveriam ir mesmo, o tempo se encarrega de segurá-las ate que fiquem encostadas nos postes sem luz da avenida passada. E assim a vida vai seguindo, tomando conduções e metrôs... Uns vão de carro, mas sinceramente? Não quero chegar tão rápido assim. Quero aproveitar o máximo dos chicletes e dos papéis, para que se tornem asfalto e cartas. E vou seguindo, deixando pegadas e rastros, para que as pessoas resolvam se querem subir no mesmo ônibus que eu. Vou cantando para que meu canto impregne e deixe seu timbre nos ouvidos, atinja a mente e se assente nos neurônios deles. Eu tento viver para ser visto, por que de que vale a andar na avenida sem ser notado?

1 comentários:

Anônimo

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