terça-feira, 10 de novembro de 2009

against.

terça-feira, 10 de novembro de 2009
Enquanto todos seguem à direita, eu opto pela esquerda. Se todos gostam de branco, nao tem importancia, eu seguirei o negro. Nao que eu ache bom ser do contra, mas eu sou. Enquanto as pessoas estão acostumadas a receber elogios, eu começo com os xingamentos - mesmo que sejam brincadeira. As pessoas escolhem ter uma familia, eu escolho o suicidio lento, o drama. Elas querem dinheiro, eu quero fama. Carros e jóias não fazem o meu tipo, prefiro uma multidão de pessoas gritando meu nome e milhões de latas de cerveja no meu camarim. Não sei o que me faz querer ir sempre na contra-mão, só sei que tudo me faz seguir esse caminho ao contrário. Quero atravessar a rua enquanto o homem espera o sinal abrir. Quero cortar o cabelo quando a cabeleireira não abre o salão. Quero mais que o contrário, quero o impossível. Quero amor quando só se tem solidão. Quero solidão quando estou na multidão. Consigo rimar quando estou fazendo um texto sem rima. E não tenho rima quando procuro a palavra certa no meu poema. Quero usar calça jeans no Rio de Janeiro e bermuda no Alasca. Quero viajar de avião pra Valinhos e de patins pra Croácia. Quero correr enquanto não tenho pressa e dormir quando eu preciso acordar. Quero comer quando não tenho fome e não tenho fome quando preciso comer. Adoro escrever sem inspiraçao; odeio ter inspiraçao e nao ter um teclado na mão. Quero sair quando tenho que ficar em casa e quero ficar em casa quando me sobra companhia. Quero viver enquanto preciso dormir um pouco e morro enquanto preciso lutar. Quero estudar quando nao tenho livros, quero ouvir musica quando nao tenho fones, quero tomar banho sem chuveiro, quero mijar fora do banheiro. Por que eu estou fazendo tanta questão de rimar? Não quero mais. Parei. - Viu? Eu disse que era do contra.

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