domingo, 23 de maio de 2010

loneliness.

domingo, 23 de maio de 2010
No canto do meu quarto, com as luzes apagas e o total silêncio, cheirando à posto de gasolina, canto lentamente numa voz sussurada a música que você costumava chamar de nossa. As minhas mãos parecem presas com cola quente ao chão, não consigo levantar, não consigo me mover. É impossível me desacorrentar sem destruir o que me prende. Eu grito "Destrua meu coraçao", mas ninguém parece ouvir e o silêncio torna-se absoluto novamente. Enxergo coisas que não queria enxergar além da escuridão. Minha cabeça não para um instante sequer e meu coraçao, disparado, parece saltar pra fora do meu peito. Como é bom se sentir vivo - mas eu me sinto como se estivesse morrendo. Você deve estar com outros homens, outros amores, outros corpos. Músicas, luzes, bebidas e amassos. Tudo o que eu enxergo é o que eu mais temo. Oi solidão, sente-se aqui ao meu lado, vamos prosear, deixe-me contar o quão sozinho estou. Tá vendo aquele aglomerado de pessoas ali? (Nem eu estou, só enxergo a escuridão, o resto é imaginação) Os carros passam lá fora, interrompendo o silêncio da noite, interrompendo o meu vazio por uma fração de segundo. Logo, o som deixa de existir e o Rei Nada volta ao trono. Cheguei a conclusão de que nem a solidão quer me acompanhar, então eu durmo.

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