domingo, 25 de outubro de 2009

alcoholic love.

domingo, 25 de outubro de 2009
Eu fui. Fui demais. Sabe quando voce vai pra ir mesmo? Então. Eu sei que você nao sabe, ninguém sabe - acho que nem eu. Mas eu fui, garanto-lhe isso. Fui, bebi mais, conversei, gritei, dancei. De que me servem essas coisas se o efeito é passageiro? Ao mesmo tempo que é tudo de que eu preciso em determinado momento, é tudo o que eu nao quero precisar em outro. Voce apareceu. Eu já não conhecia mais, já nao queria mais, já nao precisava mais. O tempo foi passando. Um beijo aqui, outro ali. Onde estavam meus sentimentos? Por que eu precisava deles? Não queria nada a nao ser ter tudo e todos. - Voce só pode falar comigo, voce não pode ir ali... Saia! Tres minutos eram o suficiente pra eu jogar meus brinquedos fora - mas também acho que os brinquedos brincavam comigo. Não há outra coisa pra se fazer a nao ser jogar com o alcool, o cigarro e as pessoas. Aprendi aos poucos a tornar tudo isso a minha alegria semanal. Mas voce estava ali. O passado nao ia simplesmente desaparecer da minha frente. Voce nao ia deixar assim. E eu tambem nao queria isso. Sentei-me - de proposito. Havia milhões de lugares, milhões de sofás (a vantagem de estar bebado é sempre conseguir ver tudo em triplo). Eu nao podia sentar em qualquer um, eu precisava daquele lugar; e por sorte - ou destino - ele estava vazio, esperando-me. Sentei. Bebi mais. Aquilo que fez eu te perder, agora era meu maior alívio, minha salvaçao. Bebiamos juntos. Agora bebíamos. Eu era tão inocente, tão 'limpo'. Agora minha boca estava mais suja que a sua - se isso for capaz. Minhas veias estavam exalando um cheiro alcoolico. Mas quem se importava? Eu só conseguia sentir o seu cheiro, olhar nos seus olhos. Por que tudo aquilo precisava começar de novo? Alias, tudo aquilo vai começar de novo? De qualquer jeito, não haverá mais sofrimento - pelo menos da minha parte. Cresci - até demais. Amadureci. Aprendi que as coisas apenas vão e voce nao pode ficar lamentando eternamente. Eu estava bem. Eu estou bem. E vou ficar bem. A minha felicidade não depende mais da sua. Ao mesmo tempo que não me desliguei, sinto-me totalmente livre para dizer adeus e partir. Sem arrependimentos - talvez. O que interessa é que eu sou mais dependente químico do que seu dependente - e acho que isso é bom. A bebida não vai me trair, não vai me fazer chorar... não vai me fazer feliz por inteiro. Mas o amor vai? Não quero mais coisas instáveis e inconstantes - já basta eu. Eu quero acreditar, mas esse medo nunca vai passar. E ah, não pense que eu estou morrendo, não estou. Já pedi pra procurarem meu coraçao, mas só me devolveram parte dele. É a unica parte que sente, o resto não o faz. Costumo mergulhar essa parte que está em mim no formol - até o talo. Assim, não sinto mais nada. Não sinto mais dor, não sinto mais amor. Só sinto alegria. Não felicidade. Quer saber? Talvez felicidade nem exista! Mas não, não acredite em mim. Continue procurando-a. Mesmo que não ache, procurar é o suficiente. Esperarei.

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