terça-feira, 22 de setembro de 2009

childhood.

terça-feira, 22 de setembro de 2009
As coisas mais simples me dão uma vontade imensa de escrever. Hoje a minha inspiração é um chiclete. Não qualquer chiclete. É um chiclete de tutti-fruti com bolinhas coloridas em volta. Daqueles que dá vontade de comer vários. Daqueles que dá vontade de voltar a ser criança. Eis a minha inspiração: as minhas lembranças. Como já deve ter lido, não tive uma infância maravilhosa, mas não posso reclamar: ela me fez ser o que sou hoje - não me refiro só a minha personalidade, mas sim a minha suposta força. Mas saudades sempre existem. Saudades de me sujar inteiro com o sorvete – como se agora eu saísse ileso. Saudades de brincar na areia, de me esconder e querer fazer xixi, de ter medo de contar até cinquenta e sair pra procurar. Saudades de quando eu nao tinha responsabilidades - escovar os dentes era demais pra mim. Saudades de não ter que se preocupar com o futuro - só com as brincadeiras que eu inventaria no dia seguinte. Saudades de não ter que parecer bonito pra conquistar as pessos - a minha alma fazia isso por mim. Saudades dos sorrisos sinceros, dos tombos, dos arranhões. Saudades até das brigas infantis, dos choros por nada, das pirraças, da minha enrolação pra comer meio prato de comida. Saudades do meu leite com nesquique de morango com o pózinho que insistia em não se dissolver por completo, dos meu desenhos animados pela manhã, dos meus presentes do dia doze. Saudades de não ter que beber pra ficar feliz, saudades de odiar cerveja. Como eu sinto falta de ter uma familia unida, grande - tá, isso eu nunca tive, mas sinto falta mesmo assim. Falta de jogar meu super nintendo o dia inteiro e morrer de alegria quando eu 'zerasse' uma fita. Saudade de quando a palavra 'fita' significa realmente 'fita'. Seja fita de video-game, VHS ou os simples tapes com as historinhas pra dormir. Saudades do meu estojo gigante do mickey com milhões de cores e canetas. Saudades da minha Barraquinha do Gugu - o máximo que consigo agora é uma barraca armada. Saudades da minha inocência, da minha pureza. Falando em limpeza... Saudades de varrer o chão com a minha mini-vassoura e pensar que limpei a casa inteira.
Ah! São infinitas saudades, mas infelizmente, são coisas que não voltam mais. Só as revivo de vez em quando. Sinto-me criança. Sinto-me adulto. Sinto-me uma sanfona. Saudades da minha infancia.

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